25 de julho de 2012

Wu-Shi

Os pingos da chuva
Simples
O mar acalma tarde



23 de julho de 2012

O foco das antenas fio a fio tece o sol

Fio a fio
Antenas telepáticas
Japão nos poros 
casa materna texto reflexo
manchas no branco


Há três versos na subida
homem na escada das 
palavras teia telhado
luz que explode no 
cinza infinito da 
manhã que anuncia
tempo de vida 
nas
                      paredes da história 



22 de julho de 2012

Sem papas na língua

Ler no mínimo
para ver o pingo
Poesia é sol 
que entra pela janela
Não há nada de novo sob o sol
Muito menos sob poesia
Silêncio seja sagrado
para sangrar o limite 
que despenca de outros 
sóis 
O texto é reto,mas também 
faz curva


Estrada é verso que 
começa seminal 
                     e esporra 
                             mais fatal.


20 de julho de 2012

Nuvens ensanguentam o céu

Nuvens escarlates
arregaçam a tarde
cai o céu vermelho
despencando vida alinhada
a pintura surrealista
o sangue pulsa
reflexo de asas congelam
               a retina


Nuvens ensanguentadas
         o voo transcende

                    horizonte

19 de julho de 2012

Confessional

As gaivotas enfileirando o instante
Sangue pintando o mar ao fundo
Empurro minha filha Maria Luiza
no carrinho para tomar sol pela
orla da praia
Pessoas passam
Pessoas vêm
Pessoas vão
Pessoa no barco que chega
para arrematar o verso:

  As pessoas não são iguais
        Os dias são mortais

           Nós somos apenas
                                            (Passantes)


18 de julho de 2012

REFLEXO DO FIM DO DIA

Sol queimando sangue
Tarde finda 
No reflexo feixes de luz

A TARDE SE VAI

Frio dá passagem
Flashes profetizam
Pôr do Sol reina no horizonte.

PÔR DO SOL

Feixes de instante 
Pôr do Sol
Estrangulando dia 

17 de julho de 2012

A moto não estava nas fotos anteriores

Ela pedalava na areia
O substantivo está sem oração coordenada
sindética ou assindética
Hoje pedala no asfalto
O progresso chuva que traz frio no presente
do indicativo


A história está na literatura

A literatura acorda

história


16 de julho de 2012

A impressão fala alta

O noema bateu no poema
Fenomenal deu rasteira na fenomenologia
Fotografia clicou  a sétima arte abriu sol
Haikai destrincha a Preparação do Romance
Nas folhas verdes amarelo é dia
Surpresa a consciência apraz a borboleta
displicente na manhã
A urdoxa é essa claridade invadindo
a natureza
O conceito é um desconceito da verdade
O olhar é um olho cada um tem
o seu
A borboleta descansa na flor amarela
Luz perpassa vida que pede mais
vida

14 de julho de 2012

Presente Efeito

O sangue do céu era um dragão nas nuvens

Noite grita veloz
óleo fuligem frio
perdição no desencontro do tempo
personagens variados sobrevivem
o nada é bicho de rua
num sistema já falido.

Egoísmo concentrado no luxo
medieval de nossas imperfeições.

A realidade é um caos
na propaganda de um progresso inexistente
falta de essência
de nós mesmos.

12/07/2012.


12 de julho de 2012

Efeito Presente

O dragão rasgava o céu antes do cinza

Bater o fio do tempo
As pedras se alinham
O deserto é certo
O coração do homem é cego
A civilização na contramão
Finge viver o progresso
É certo o jogo "Engane e seja feliz!"
As pernas da noite extrapolam  o grito
que paira no que é
civilizado.

A maldade reside na
máscara que usamos.


10 de julho de 2012

Nosso Índio


Foto Robson Corrêa de Araújo

Frio fio fita 
fagulha essa faísca
cá um quê
pedal amanhado de pegada
fatal Alemanha de Brasília 
bate palavras filam filosofia
F de Foda
faca amolada fresta
festa fantasia
papel de escritor rolar 
no chiado duas rodas
apontam hipertexto
Azul no Branco
ser sentir pulsar
grita esse papel A4
Br Infinita de um índio Pajé da
nossa tribo
a hélice rasga Y Semiótico
rasgando também texto
explodindo palavras além de palavras 
desafio:

Caixa Preta 

6 de julho de 2012

Passagem

A Bic faz parceria com a Compactor
O inspetor das letras vê o O
   no fim das reticências
             telepatia é o sol nas metáforas
                     escrita fina e grossa

Há nuvens escondidas na
manhã do verbo

Imagem desbaratinou
                  rima


Rápido e sutil o tempo se
                   impõe


            

4 de julho de 2012

Direção do pedal



Pedalar os sinais do tempo. Vento que vem do mar alinha o toque da  bicicleta.
Escrever é estar além da própria escritura.
Fios que dão o sentido são fora de rota. Fone para dizer: 
_ Olá como vai? 
_Tudo bem? Saudade. 
É, a vida é um pedal que se alinha em duas rodas, um ir e vir ou vice-versa:
um vir e ir... 

As árvores dizem esperança de uma chegada sem dificuldades.
A areia da praia não cala prosa de mineiro.
Nuvens falam mais alto. Vida é uma fotografia que sempre repassa
nas nossas emoções.

O chiado  do pedal passa cronológico.

Tempo marcas de pneu e pés no ontem que alinha hoje.

O futuro está muito distante do Fórum do nosso eu. 


Essência do Sol

Abrir o sol
 rasgando os dentes da vida
o silêncio corta
         nuvens que se abaixam
no mar

luz reluz dicção
   palavra no claro
do feixe que passa
na grama pingando
            o orvalho
no gozo fundo:

                      vida

2 de julho de 2012

Meu ideograma é japonês


Esfarelar o sol no texto.
Seppuku na inocência de escrever.
Literatura, chá, ikebanas e oferendas.
Os olhos rasgados.
Koto e Shamisen na música para
dar um texto zen.
A sombra de Bashô
                   no vermelho
           branco
                    de três versos.


1 de julho de 2012

O caos das letras


Para Rodrigo de Souza Leão 


Os cachorros uivam mesmo no sol
O cachorro cego
O cachorro doido
O cachorro louco
O cachorro da matilha do verso
O cão danado
A vida é rápida
A obra é amizade
A Lowcura é Santa 
Os cacos quebrados nas entrelinhas do texto
A arte é marte nós marcianos
Além da Lama
O lince purificando texto
Transgressão pixada na vida:

"Me roubaram uns dias contados"