11 de dezembro de 2015

VIDA PEDE VIVA
SAUDADE DA VIDA


Corpo sentido caminha na praia
As gaivotas cintilam poiesis
A luz cristaliza manhã
Reflexo solar ameniza desalento.

Corpo fotografa a maré
Onda vão e vem
Pessoas passam, alguns cumprimentam
outros não.

Corpo caminha na praia sentindo.
Onda alta pega em cheio o peito
Coração na boca sal maresia
Pulsa uma saudade que a
vida pede vida.


9 de dezembro de 2015

Oco, Ostracismo, outro dia
Passo, passante, passageiro
Sol, Solitude, Solilóquio
A verdade vê outra idade
Fala, falante, falácias
Soma, Somatiza, Soma
Alighieri me acena
Que me bate me surrupia, me destrói.

Dispenso tua loucura
Que me adoeceu,
Me enlouqueceu,
Sua Máquina Disjunta
Que me manipulou durante anos.

Seu umbigo é grandeza
de uma rainha que te incorporou e deixou
oco o meu ser.

7 de dezembro de 2015

CORPO SAL ÁGUA VIVA

Corpo delgado
Simplifica sol
Mishima Aço e Flor
Rima Japão
Com iluminação
Curvas convergem clima.

Corpo sintaxe
Poema que balança corpo

Água viva na viva água
Corpo metamorfose
Convergem curvas sintonia.

Corpo metáfora
Não há mais imagens
Tiramos nossas máscaras
Vê-se agora o espanto.

Líquida despeja sal
Yemanjá benze o mar.


5 de dezembro de 2015


SAMURAI DO ESPANTO
Para Paulo Leminski
Turbilhão da loucura
Da estrela guia
Artista da dissolução
Profeta da Vanguarda
Transgressão
Emoção
Paixão
(Cássio Amaral)


Haikai pra Leminski

Sr Bananeira na tropical melodia
Na passagem da vida
Samurai da poesia.

(Cássio Amaral.)
Em 2004 fui ao Perhappiness dedicado
ao Leminski em Curitiba.
Na mesa de debate sobre transgressão
Joca Wolf, Joca Reiners Terron e Lourenço Mutarelli,
uma masturbação única sobre transgressão.
Saí fui no Largo da Ordem, entrei num bar e
pedi uma cerveja. Levantei meu copo e brindei o
Leminski.

4 de dezembro de 2015

Pegadas na areia.
Corro léxico ensejo água na água.
Noite vento me acena liberdade.
Corro minhas pegadas na areia pés para correr contexto ampulheta
do tempo.
Esse tempo grita e sussurra o clarão do alto.
A maresia me reverencia com a chuva que cai nas minhas costas dando
uma massagem na minha paranoia que comeu meu coração.
Pegadas na areia minhas pegadas na areia noite a dentro passo passageiro
passante observo um casal de jovens levanta a taça de vinha, um brinde
e um beijo. Apolo aponta a forma do poema, enquanto Dionísio explode de
dentro do verbo.
O mar engole nossa impaciência, vento sentido que acalma a alma vulcânica
do meu ser.

3 de dezembro de 2015

É quando a chuva cai para desfazer o pó.
Eu pó, nó do tempo carregado de imagens.
Um grito apenas um grito que me faça ouvir a harpa da direção.
As pegada na praia, os vestígios do cinza carregado de uma neblina
soprada na saudade.
O tempo , esse tempo, transfigurado, uma batalha sem sentido.
Ulisses está no barco sem rumo, barco sem sua esposa, sem sua filha.
Ulisses navega a deriva num poema que desfaz a condição atual.
É que o soneto do seu corpo perturba o encontro, sua voz rouca me destabiliza.
É que o seu futuro já dilacera o teatro que escreve na água viva no tempo que esvai...
É quando a chuva cai para o pó desfazer-se em poesia.
É que o amor não espera hora marcada, ou tempo administrado por perfeição.
É que a vida pede atenção, um sol maior para o sorriso se fazer inominável.