29 de setembro de 2007

A padaria da broa


Ela era alta, morena bonita e charmosa.
Seu nome era Érica. Seu marido era dono da padaria e falecera há dois meses.
Com o tempo ficou encantada com um rapaz que passava todos os
dias na porta da padaria.
Ele um dia entra e compra pão.
Ela fica toda vibrante e o cumprimenta.
Ele respondeu o cumprimento e conversam.
Pedro foi embora e viu o brilho nos olhos dela.
No outro dia ele foi comprar o pão.
Ela diz bom dia. Ele responde com um olá.
Ela pergunta:
_Você quer conhecer meu forno?
_Sim, onde fica?
Ela indica uma porta, os dois entram e permanecem ali por um tempo.
Ele depois do êxtase ficou lembrando na rua da broa dela que era uma delícia.

27 de setembro de 2007


Conheci Eduardo via Renato Pimenta que estudou comigo na faculdade.
Renato gravou um Zappa pra mim que sempre ouço.
Eduardo é de São Gotardo compositor e faz direito em Patos de Minas.
Cara gente boa. Me mandou uns rabiscos dele. Eis aí um:


AO INFERNO

Sim,afirmo: Há um inferno
que é tão real quanto o amor
dele faço algo mais terno
quando irrelevo a dor

Sei que toda inconstância
essa então fenecerá
com minha finda importância
tão brevemente quiçá

Salvo os feitos e amores
tudo extinguir-se-á
decorridos tempos de dores
dando início ao que será

o inferno se assim o chamar
não calha como verdade
mas ao meu modo de interpretar
o chamo de realidade


26 de setembro de 2007

Pra Cássio...

Tela de Quedo


Há sempre um copo vazio na mesa
Não vazio por querência
Mas por voracidade e sede
Sede de palavras, sede de vida
Sede de amor
Há sempre um copo nervoso
Ávido por encher-se
do líquido precioso
da preciossa amizade
dos amigos de agora, de antes e por vir...
loucos lobos uivantes
que se expressam animalescamente
em desencontros abissais
sonhos, sonhos que nuncam serão esquecidos
Sempre unidos no mesmo espírito venceremos.
Lutaremos até a morte
E intimamente, ou, descaradamente
Torcemos pra que a morte passe
ao longe, tão longe, prá lá de Marrakech
E que a vida seja sempre celebrada
como agora, nessa mesa de bar
Bárbaro!!!
(Jorginho Vinnis, Gabriel, Quedo e Fabiano)
Ontem ganhei vários presentes de aniversário. Um sino mágico e um cd da minha namorada
Camille. Meus alunos do 1º B à noite levaram bolo, salgadinho e refri.
Me fizeram uma surpresa e me deixaram vermelho e envergonhado.
Mas o maior presente é a amizade de quem entra aqui no meu blog, dos amigos, a consideração das mensagens colocadas no meu perfil no orkut e as ligações de amigos.
Ganhei este poema aí do Jorginho, Gabriel, Quedo e Fabiano num guardanapo
no segundo bar que fechamos.
É como disse o violeiro Renato Teixeira numa de suas canções:
"A amizade sincera é um santo remédio"
Muito obrigado pela consideração!!!

24 de setembro de 2007

THE DOORS


Tela de Basquiat
Escuto Morrison in Light my fire
As hienas conseguem rir dos homens gigantes
Alimento cogumelos azuis na alma que brinca de Jazz & Blues
Corro além do sol que suicida imprecações famintas
Morrison cura a tarde obscura
Morrison xamã das estrelas cortantes de estilhaços anarquistas
Morrison no som que me benze e protege
A vida pulsa além dos Prazeres e dos dias de Proust
A vida expulsa canivetes de signos além de Roadhouse blues
Um doce te leva além do céu
Bala abalando combalidos
Abalados defloram as indefinições
Como Maiakovski atira no peito a bala certeira
Sua vida é um fuzil
A revolução nossa única saída
Os traidores querem comer sua mulher
A traição é uma felicidade estúpida
Os vermes nos comerão daqui alguns anos
Morrison grita na tarde obscura
Morrison me benze no calor que me faz pingar
Abram as portas da percepção
Para Morrison entrar.

21 de setembro de 2007

*A deusa Kazeon Bossatsu, conhecida como Kannon pintada por Meishu-Sama.
É uma divindade do Budismo, ou um Buda, ou um Bodhisattva.
Mestre Meishu-Sama pintou sete mil deusas Kannon.

Essa é a Kannon que mais gosto, é a Shoo Kannon.
A Kannon das transformações.
Se estiverem afim de conhecerem as outras:

http://www.solosagrado.org.br/eventos/exposicao/kannon/index.htm



Zen Lunático

Transfiguro Marte
Tentando ver Plutão
O rife de metáforas são cupins
Comendo a folha do papel
Na noite me encontro e medito
Os vagabundos iluminados são lunáticos
Buscando um *Kazeon Bossatsu
Ou um Buda sensei
Desmaterializo a realidade caótica
E mergulho no orvalho que é um haicai
Montando um ikebana de aliterações
No sopro da cinza do sol que falece.
01/09/07

18 de setembro de 2007

A Puta III


O rapaz sentou-se e se apresentou:
_Meu nome é Roberto.
Ela num estado de abatimento moral ainda olhava os cachorros na rua.
Roberto então disse de prontidão:
_ “Ainda que eu perca tudo,
Ainda terei o mundo
E meu valor
E farei o que gosto
E terei a mim mesmo
E irei além
Contemplarei o pôr-do-sol
E irei além
E um sorriso transforma tudo
Porque depois da chuva o céu ainda é azul.
Ela acho pueril,mas gostou da força que Roberto lhe dava.
Eles conversaram muito, falaram de Filosofia, de Nietzsche, de poesia beat, Jack Kerouac e escutaram um jazz que rolava no seu Alísio.
No fim do papo ela o convidou pra sair.
Entram em seu carro e acabaram no motel da cidade. Ela trepou como nunca.
Roberto era bom de cama. E a fez gozar sete vezes. Gozou três e ainda zoou com ela no final:
_Agora só falta uma coisa.
_O que ela pergunta?
_Pendurar a toalhinha do motel no meu pau!
Ela ri, e entende que ele era neto de seu Acácio.
O tempo passou e sua filha Maraíza começou a dar também. Dava para seus coleguinhas da oitava série. O primeiro a comê-la foi seu professor de Inglês que ela ficava olhando e colocando bilhetinho pra ele nas provas.
Maraíza foi desvirginada por ele no banheiro da escola. Ela era alta, pele clara e tinha cabelos longos e pretos.
O professor João Antônio tinha um pau grande e ela gostou, apesar de ter sentido muita dor na primeira penetração. Seu instinto falou mais alto. Mas ficou feliz de receber a energia dele. Ele a comeu com uma experiência maior. Ele era mais velho, tinha um pinto grande e fez ela gozar também apesar de ser a primeira vez.
Sua mãe não parou por aí, foi dar aulas em Uberlândia numa faculdade nova, a UNITRI. E lá comia todos os alunos. Não tinha pudor, nem remorso apenas os comia e pronto.
Não era tão visada e vigiada como na terra de Dona Beja. Então trepava também com o reitor e o pró-reitor que a comiam de vez em sempre.
Com o passar dos anos ela estava meio cansada daquela vida de sexo e sexo.
Resolveu ter um cão. Ficou uma semana sem sexo. Seu cão chamava Fumaça.
Sua filha Maraíza começou a dar e não parou mais, participava de gang-bangs. De orgias e surubas mil. Em um ano de vida sexual já tinha tido quarenta homens e era voraz como a mãe. Aprendera a chupar um caralho e o fazia com maestria. Os caras gostavam. Ela era novinha,mas trepava muito. Instinto familiar falando sempre alto.

Sua mãe Simone deu um tempo, ficou ouvindo o silêncio e lendo haicais. Nas aulas de filosofia também fazia ganchos e linkes com Bashô, Kobayashi e até Saigyo que já é estilo waka.
Ficou um bom tempo sem sair e sem ter amantes.
O silêncio falava mais alto em sua vida, acendia um incenso e ficava num silêncio dominador.
Os caras ligavam mas ela não queria mais sair. Não queria mais motel, sexo ou outra coisa a não ser ficar numa boa com ela mesma.
Até que um dia seu cão Fumaça começou a lamber suas pernas. Ela ficava excitada. Imaginava o cão em cima dela. Imaginava sexo com um animal e não demorou muito a pensar que deveria experimentá-lo. Ela já tinha tido muitos meninos, velhos, peões, caras fedorentos. Mas um cão nunca. Já tinha participado de várias orgias, e até de surubas. Mas um animal nunca. O pau de Fumaça sempre ficava muito grande. E ela gostava disso. Seu instinto também falava mais alto. Ela gostava de dar. De trepar. De ser enrabada, de ser comida e também de gozar.
Acariciou Fumaça com carinho e o pau dele estava louco, um puta pinto, um pinto de cão, de animal. Enorme. Brincou com ele por um tempo.
Depois levou-o a uma sala mais tranqüila colocou uma música da B. B. King e indicou a buceta para Fumaça.
Ele pelo instinto veio logo, sabia que era uma buceta e que ela o queria. Sabia que tinha que penetrá-la. Talvez pelo instinto, pelo cheiro. Seu pau enorme e grosso, a penetrou. Ela ficou chapada sentido um pau diferente, de um animal. O cão a invadia. Era diferente, seu pau era pontiagudo, a machucava mas ela gostava. Era um animal a penetrando. Ele foi muito rápido. Seus pêlos era grossos e isso a excitava e a machucava ao mesmo tempo. Fumaça foi muito rápido e a invadiu com sua porra, seu esperma de cão. Deu um banho de porra nela. Ela chapada ainda da situação não acreditou. Mas o pau do cão não saía dela. Ela ficou atormentada. Tentou tirar o pau do cachorro,mas o cachorro apenas a machucava ainda mais e a marcava com suas patas.
Ela ficou atônita, preocupada. O pau do cachorro tinha travado dentro da buceta dela.
E agora? O que fazer?
Chamou por sua filha, mas Maraíza tinha saído com um novo amigo que conheceu e estava nesse momento trepando com ele. Ela queria sentir a energia dos caras e já era o quadragésimo quarto homem que tinha.
Resolveu então ligar para um amigo chamado Marcos.
Marcos veio e não acreditou naquela cena. Fumaça e seu pau enorme estava travado na buceta de Simone.
Sugeriu que fossem para um Hospital. Mas ela não quis. Disse que seria o fim dela. Que todos de sua província conheceriam e saberiam da estória.
Ficou pensando e resolveu que não tinha outro jeito.
Chegaram no Hospital PROMATER enrolado num tapete grande. O cachorro latia muito e chorava.
Ela sentia sua buceta contrair e doer muito. Aquilo não era real. Não era real. Parecia um pesadelo. Depois de transar com vários tipos de homens, aquilo parecia um pesadelo.
Ficaram esperando num quarto até que Dr. Júnior Pezão entrou e constatou o quadro clínico.
Veio e começou o procedimento. Aplicou uma injeção nela e no cão.
Após isso cortou o pau do cão e o retirou da buceta de Simone.
Simone sentiu um alívio total. Apesar da dor que sentia e da alma esfacelada de saber que outras pessoas poderiam saber dessa aventura que tivera.
O enfermeiro muito sacana pegou seu celular, e sem que ninguém ficasse sabendo filmou tudo. O filme foi colocado num site de festas chamado Agito Araxá e a cidade inteira ficou sabendo do caso. Uns riam e outros mais moralistas achavam amoral.
Os garotos das escolas de Ensino Fundamental comentavam que era um desperdício, que ela deveria era ter transado com eles. Simone foi motivo de chacota, de sacanagem e de piada por um bom tempo.
Ficou internada na PROMATER e depois do corte do pinto do cão e de ter descansado bastante viu que Marcos estava ali com ela.
Eles iniciaram um conversa e ela no vai e vem do lero-lero pensou e disse uma outra frase de Nietzsche pra ele:
_ “ As grandes épocas da nossa vida são aquelas em que temos a coragem de considerar o que é mau em nós como aquilo que temos de melhor”.


13 de setembro de 2007

A Puta II



Simone ficou pensando na transa com seu Acácio.
O homem era um animal, a sua virilidade era algo digno de um ator pornô jovem e cheio de tesão.
Resolveu depois do banho ir dormir um pouco. Seu Acácio pegou seu telefone, mas nunca ligou.
Passaram-se dois meses, ela fazia os programas e lia agora Michel Foucault, Freud e poemas de Fernando Pessoa.
Estava cansada de dar pra qualquer um, de ser esporrada e tchau. Estava cansada de ser enrabada por velhos, peões e operários ávidos de sexo.
Seu ritual era o mesmo. Acendia um incenso, fazia uma prece e saía. Sempre acordava meio dia e meia. Na noite gostava de vagar, fazer programas e freqüentar um bar chamado Vitrola. Seu dono era Flavinho Ferreira, um cara sacado, inteirado de Glauco Matoso, Paulo Leminski e adorava Jimi Hendrix. No Vitrola os malucos se reuniam. Lá os alternativos, undergrounds e artistas passavam noites a dentro conversando sobre arte, cultura, Modigliani, Basquiat, Modernismo, o Barroco e outras expressões. Flavinho era um poeta, um cara pra lá de inteirado. Era o dj da noite e mandava logo Zappa, Jimi Hendrix e Jorge Ben Jor na galera. Numa altura da noite o bar era uma catarse, a galera fumava um baseado e ficavam num estado doido, ou alguns mais abusados como Fernandinho vampirinho cheiravam no banheiro e ficava dançando dizendo que era o Jim Morrison.
Simone gostava de ir lá, o clima era subpop e ali sempre conseguia quem pagasse umas cervejas e descolava um programa. Ela sempre trepou com Flavinho. Era um ritual entre eles. Eles gostavam de poesia e sempre no final da noite trepavam para tentarem achar um verso bacana.
Simone estava cansada, esperou Flavinho se vestir depois da transa e foi embora. Na rua pensava em mudar de vida. Pensou em alguns filósofos, o devir de Aristóteles a instigava.Mudança, ela precisava mudar. Pensou e pensou até que viu que a filosofia era o que gostava. Decidiu então fazer filosofia, um curso à distância numa universidade do Norte do Paraná, chamada UNOPAR. Não demorou muito seus amigos de faculdade à distância vinham conhecê-la. Ela transava com a maioria. Agora só transava com homens intelectuais e ligados à arte. Admirava Dona Beja e seu estilo de viver. O tempo passou e pensou em ser professora universitária. Era inteligente e sabia o que queria. Depois de três anos de curso graduou-se em Filosofia. Sabia tudo de Foucault e Sartre. Gostava da leitura. Já não freqüentava mais o Vitrola e não chegou mais ver Flavinho Ferreira. Estava noutra, estava na academia e agora buscava um mestrado. Fez um projeto de mestrado e inscreveu-se para o mestrado da UFU(Universidade Federal de Uberlândia). Seu tema era a prostituição e tinha cruzado várias fontes, duas delas era Foucault e Sartre.
Conseguiu passar no mestrado, sua bagagem cultural era boa e seu inglês afiado.
Continuou fazendo programas, apenas com homens inteligentes. Até que um dia sua prima a convidou a participar de um jantar do pessoal do escritório que trabalhava.
Ela não tinha nada a fazer e foi. Era 14 de dezembro e o jantar estava animado com uma bandinha cover dos Los Hermanos agitando a festa. Numa mesa ao lado da sua havia um casal e um cara sozinho. O cara usava óculos, era magro, falava muito e gesticulava. Ficou olhando aquele cara e o código bateu. Ele conhecia sua prima e as convidou a sentar à mesa. Sua prima Márcia fez as apresentações:
_Simone este é Cassiano.
_Prazer respondeu Cassiano.
_Você é parecida com alguém que conheço disse Cassiano.
Ela ficou preocupada, pensou que ele já tinha sido seu cliente. Ou que ele a conhecia do Vitrola.
Realmente era do Vitrola, mas não conseguia recordar de onde naquele momento.
Conversaram sobre cultura, artes e Cassiano aplicou um verso que tinha feito nela.
Ela riu, achou legal e viu que ele tinha sentimentos, era um cara diferente e com inclinações pra o budismo.
Simone começou a sair com ele, levava a vida paralela mas saía com ele. Ele era um zen lunático, uivava pra lua e bebia nos bares da cidade, especialmente no seu Alísio.
Com o passar do tempo ela foi se acostumando com ele. Não tinham transado ainda. Ela ia devagar pra ele não sacar que ela ainda fazia programas com outros. Simone tinha uma filha e um ex marido também. No tempo da universidade ela tinha se juntado com um cara e aberto um mercadinho de verduras. Como os dois não tinham tino comercial o mercadinho faliu, e ela ficou apenas com a filha.
Simone então ia mudando sua vida, ainda gostava de fazer programas sem que Cassiano percebesse. Ela gostava de dar,dar pra homens interessantes e descolados.
O natal se aproximava e combinaram de passá-lo numa boa. Só que seu ex chegou da Paraíba, onde estava morando e sua filha ficou enchendo o saco pra que os três celebrassem a noite de natal.
Ela um dia ligou pra Cassiano e ele estava perto de sua casa.
Ela ficou feliz e pediu que ele aparecesse. Sua casa ficava num bairro distante, mas era bem melhor que o Dormitório Belo Horizonte. Ela pode comprar seu primeiro carro com as aulas que dava e os programas que fazia na surdina.
Cassiano pintou lá e ela estava sozinha. Sua filha Maraíza tinha saído. Os dois ainda não haviam transado e Cassiano estava pra lá de louco pra transar com ela.
Ela colocou um dvd em homenagem ao Renato Russo, onde Vanessa da Mata cantava “Por Enquanto”. Ele era legionário,mas gostava dessa música cantada pela Cássia Eller.
Os dois se abraçaram e beijaram-se. Ela não perdeu tempo, caiu de boca no pau dele e viu que seu pinto era enorme. Ela deu uma risadinha e perguntou a ele:
_Nossa quem fez isso? Seu pau é muito grande. Assim você vai me machucar. E não vou poder fazer umas coisas que gosto. É muito grande!
Ele tentou tirar suas roupas,mas ela não deixou, disse que estava menstruada e que os dois transariam quando seu ex fosse embora. Ela só iria passar o natal com ele e sua filha e depois ficariam numa boa.
Na véspera de natal ela não atendia as ligações de Cassiano. Ele saiu e foi beber um pouco no seu Alísio. Tentou ligar várias vezes e nada. No natal ficou sozinho. Ela sumira. Ele pensava que ela estava o corneando com o ex. Ficou puto. Mas não a procurou.
Depois do natal ele chegou chapado, bebaço na casa dela, agarrou-a e tentou fazer amor com ela. Ela não quis, beijo-o por um longo tempo. Ainda deixou ele dizer um poema do Leminski:
“Carrego comigo o peso da lua
Três paixões mal curadas
Um saara de páginas
Essa infinita madrugada
Viver a noite me fez senhor do fogo
A vocês eu deixo o sono
O sonho não,
Esse eu mesmo carrego”
Ela achou que o poema era de Mário Quintana.
Eles romperam e Cassiano foi pra São Paulo lançar seu sétimo livro de poesia na Vila Madalena.
Simone continuou dando e fazendo programas. Agora gostava de babys, de garotinhos mais novos e que tinham perfil no orkut, que tivessem na flor da idade. Ela gostava de arrancar cabaços, prepúcios, de tirar a virgindade dos caras e que eles fossem homens com ela. Ela gostava de dona Beja, pensava que dona Beja era a deusa das putas.
Continuou dando aulas e comia também os aluninhos. Terminou seu mestrado e começou a lecionar Filosofia na Faculdade local. Lá também comia os alunos, usava de uma discrição total. A magnífica reitora e o conselho da Faculdade nunca souberam de nada. Ela dava e gostava que os universitários gozassem nela. Depois discutia Platão e o mito da caverna com eles.
Simone já estava mais madura, completaria 35 anos e sabia o que queria. Continuava trepando com os alunos. Havia um aluno na sala do primeiro período de Direito. Seu nome era Leandro, era alto,musculoso,mas muito tímido. Era lindo e parecia Tom Cruise. Um homem com quem toda mulher quer transar. Era burguês e agroboy e gostava de “Só pro meu prazer” cantado pelo Zezé de Camargo e Luciano.
A faculdade tinha modernizado e havia filmadoras por todos os lados até nos banheiros. Muita gente não sabia disso,mas havia filmadora por todos os lados.
Simone um dia então decidiu que comeria Leandro, ele já tinha 28 anos e era virgem.
Pensou em Michel Foucault na ordem do discurso:
“O discurso se anula, assim em sua realidade, inscrevendo-se na ordem do significante”.
Numa sexta-feira à noite deixou todos saírem, só tinha três horários. Deu as aulas e convidou Leandro pra conversar. No campus da saúde tinha um banheiro que poucos usavam e convidou Leandro pra ir lá. Ele já sabia o que ela queria.Entraram no banheiro. Ela o beijou, tirou suas calças e começou a chupá-lo. Ele tinha um pau pequeno que a princípio a desagradou. Ela gostava de pau grande. Ela o chupou muito, com a voracidade e a maestria de sempre. Leandro a penetrou mas não conseguia transar direito, ele era virgem e era sua primeira vez. Ela o ensinava calmamente os movimentos. O tempo passava e já tinha 40 minutos que estavam ali. Ela gozou duas vezes e Leandro ainda nada. Colocou-o no chão e começou a cavalgá-lo e praticar o pompoarismo. Ele sentiu uma coisa indescritível. O pompoarismo era algo fenomenal pra ele. Mas sem muito entender seu pau broxou. Ela olhava pra ele e não acreditava. Era um homem magnífico broxando. Tentou chupá-lo por mais 20 minutos mas o pau do rapaz não deu mais sinal de vida.
No outro dia ela foi despedida da faculdade.
Dona Aparecida a magnífica reitora ficou sabendo de suas peripécias sexuais e chamou-a na sala da reitoria.
_ Simone você está demitida.
_Como dona Aparecida, qual o motivo?
Nós colocamos filmadoras por todo o campus e vimos suas atitudes com o aluno Leandro, ontem à noite.
Simone ficou triste, saiu dali direto para o bar do seu Alísio pra tomar uma cerveja.
O Vitrola já não existia. Um funcionário da faculdade colocou o filme na internet e todos davam risada do agroboy metido a burguês marombeiro que havia broxado com a professora de Filosofia. Maraíza ficou sabendo também de sua mãe e um gaiato criou um comunidade no Orkut . A comunidade chamava “Simone a Cicciolina da terra de dona Beja”.
Simone tomava sua cerveja no seu Alísio e pensava em Nietzsche:
“Não existem fenômenos morais,mas interpretações morais dos fenômenos”.
Ela pensava nessa frase, até que um rapaz de uns dezoito anos chegou e perguntou a ela:
__olha, posso sentar com você e conversar um pouco?
Ela respondeu que sim. E pensou numa frase de Sartre:
“O importante não é o que fizeram ao homem,mas sim o que ele fará disso”

9 de setembro de 2007

A Puta I



Ele vinha na frente, era um senhor de uns 60 anos, aposentado da roça.
Ela vinha atrás . Cabelos longos, anca empinada e perfeita. Era uma morena e tanto.
Os vizinhos ficavam olhando. Sabiam que entrariam no Domitório Belo Horizonte.
Ela tinha jeito de cobra, parecia de perfil David Covardale,mas gostava de dançar,
lia Aldous Huxley e gostava de misticismo. No geral era uma mulher muito atraente e seus cabelos compridos e negros davam um tom de presença e estilo.
Era uma puta porque a situação a levou a isso, não, não só a situação.
Ela veio com a família de São Paulo. O pai era professor de Sociologia e a mãe astróloga.
Vieram depois de um assalto em sua casa, buscavam um lugar mais calmo e com uma boa qualidade de vida.
Com o tempo Simone foi crescendo e já com dezesseis anos transformava-se numa mulher.
Lia muito, seus pais a ensinaram a ler, o hábito da leitura. Havia uma biblioteca muito boa em sua casa, de Marx a Sartre. Num belo dia caiu em suas mãos um livro sobre o Kama Sutra, ela achou interessante. Como gostava de dançar começou a treinar sozinha algumas posições. Interessou-se pela questão do sexo. Viu que os pais também possuíam uma coletânea do famoso pompoarismo e leu. Ficava se masturbando e praticando o pompoarismo todos os dias.
Na sua sala havia um menino que ela achava interessante. Ele era sério, usava óculos e gostava de jogar vôlei. Era meio intelectual. Gostava de Maiakovski e da cultura japonesa.
Ela ficava olhando sempre pra ele e nas tardes tocava umas siriricas fenomenais pensando nele.
O tempo passou e num belo dia a turma foi embora. Os dois ficaram por último no colégio. Até que o chamou e pediu que ele fosse ao banheiro feminino com ela.
Ele achou estranho mas foi. Chegaram lá e ela não perdeu tempo, primeiro o beijou e depois caiu de boca nele. Nunca havia chupado um pau,mas o fez com maestria, pelo instinto. Tinha visto umas revistas e filmes e adorou o pau de Roberto que era de uns 18 cm.
Chupou com voracidade e pediu que ele a comesse. Ele sem delongas a colocou de quatro e a penetrou. De tanto tesão depois de sete bombadas gozou.
De lá pra cá ela não parou mais. Passaram-se os anos e no 3º ano do Ensino Médio seus pais morreram num acidente voltando de São Paulo.
Ela então aliou seu instinto e tara. Começou a fazer programa.
Naquela segunda-feira ela acordou de bom humor, como mística acendeu um incenso, fez uma prece e viu sua mandala que aprendera a fazer num curso de desdobramento astral anos antes. Olhou o relógio e eram 12 horas e 30 minutos. Saiu e foi tomar um café. Ela morava no Dormitório Belo Horizonte. Saiu de saia preta, sapatos altos e um top que mostrava seus lindos seios.
Tomou café na padaria Pão Nosso e foi direto pro mercado. O mercado velho era o reduto das putas. E, ela fazia ponto ali. Pegou o livro Além do Bem e do Mal do Nietzsche que estava lendo e sentou-se numa mesa. Apareceu um senhor de uns 60 anos e a cumprimentou:
_Olá, tudo bem?
_Tudo ela respondeu.
Ele perguntou seu nome.
_Simone.
Ele disse:
_ Meu nome é Acácio.
_Muito prazer seu Acácio.
_Muito prazer Simone.
Ela pensou na frase de Nietzsche “Quando o amor e o ódio não estão em jogo, a mulher joga de maneira medíocre”.
Pensou e repensou nessa frase. E fuzilou pra seu Acácio:
_Olha, vejo que o senhor está querendo em seus olhos. Vamos fazer um programa?
Ele sem pensar respondeu:
_Claro menina, você é linda e nem sei se consigo mais fazer amor.
Saíram então do mercado. A via sacra dali era manjada por todas as pessoas. Um ritual que parecia algo japonês inverso. Ela ia na frente e ele ia atrás. Só que no Japão era o contrário, o homem andava na frente e a mulher dez passos atrás.
Seu Acácio ia vendo aquela bunda empinada e seu pau já dava sinais de vida.
Chegaram no Dormitório Belo Horizonte. Ela pede camisinhas e toalhas ao funcionário do Dormitório.
Eles entram no quarto dela. Seu quarto era uma espécie de Santuário. Tinha anjos por todos os lugares, suas mandalas, suas cartas do baralho cigano, em cima da sua cama uma espécie de tenda, uma faixa escrita em sânscrito “Erótica".
Ela perguntou se ele não queria tomar um banho, estava calor. Ele tomou banho e voltou.
Ela entrou no banheiro também tomou um banho e foi logo falando que eram R$50,00 o programa.
Ele tirou o dinheiro da carteira e a pagou.
Ela pensava que seria uma coisa como as outras que já tinha tido com velhos. Pensava que seria só rebolar e ele ficaria satisfeito.
Ela começou a rebolar, tirou a roupa e mostrou seu corpo escultural pra ele.
O inimaginável aconteceu. Seu Acácio pegou-a, deu-lhe um beijo e pediu que ela o chupasse.
Ela abriu a calça dele e viu que seu pau media uns 23 cm.
Ela o chupou. E ele então a levou pra cama.
Na cama ele a enlouqueceu. Ela queria faze-lo gozar logo. Mas ele deu-lhe um trabalho. Fez ela gozar três vezes e por último ensinou-lhe uma nova posição, o Return to Back. Ela ficou horrorizada. Pensou que aquilo era um sonho.
Ele gozou depois de faze-la gozar mais duas vezes.
Ela ficou chocada. Como um velho de 60 anos consegue isso!
Descansaram-se uns vinte minutos. Ele foi ao banheiro e voltou já de pau duro.
Ela não acreditou, mas ele consegui trepar por mais algum tempo. E gozou longamente como um garoto de dezoito anos.
Ela não acreditava. Ficava pensando como poderia aquilo acontecer.
Até que seu Acácio ficou de pau duro de novo.
Ela não agüentou. Cansada perguntou:
_Seu Acácio o que é isso, o senhor é um cavalo na cama, como pode?
Ele respondeu:
_Simone, meu pai morreu aos 95 anos e transou até os 82. meu avô morreu aos 98 anos e transou até os 84 anos. Eu só tenho 60 anos e hoje de manhã já tomei meu viagra.
Ela cansada disse que não agüentava mais. E olhava pro pau dele duro.
Ele perguntou:
_ E agora o que faço de pau duro?
Simone respondeu:
_Pendura a toalha nele seu Acácio!
Ela lembrou de outra frase de Nietzsche:
“Hoje, um homem que busca o conhecimento poderia facilmente acreditar-se um deus que se torna animal”.

8 de setembro de 2007

Da série Alfarrábio


Obra e foto de Quedo
1

a palavra
sangra vogais
nas nuvens.

04/09/2003

2

a palavra brinca
com o silêncio
onde urra o ovo da fábula.