23 de agosto de 2007

Super Colossal

Um cachorro preto de camiseta
é aliteração do calor do fetichismo
no pó da inquisição diária.
A falência da nossa certeza
é um brinde que antropólogos
contextualizam nas tribos urbanas
Dante cai no Inferno atrás de Beatriz
“Essa mulher gentilíssima que ao passar pela
rua entrou na graça do povo”
Viva a exploração dos humanóides
que não valem na mais valia.
William de Ockham e seu espírito laico
“Cristo não veio ao mundo a fim de tomar
seus bens e direitos, então o vigário de Cristo (Papa)
que é inferior não pode fazê-lo.
A tarde queima pleonasmos preventivos de sexo salutar
quando Sartre cita Bergson no EU DO MOMENTO.
Platão tira a múmia da certeza de cena e diz:
_Não, por Zeus!
“Poesia é com efeito só isso que se chama
E os que tem essa parte, poetas.
O poeta está morto e em sua lápide está escrito:
Aquele que tem coragem de atirar-se no abismo
E ensaboaram a poesia com sabão OMO
A noite grita a imperfeição da nossa compreensão.
Hegel soluça em tese, antítese e síntese.
Ainda me nego além da negação
Joe Satriani emana acordes de Marte
Sua guitarra é benzida por rifes de alienígenas
que não sabemos denominar.

3 comentários:

Fabrício Brandão disse...

Teu poema: fragmentos de olhares e incômodos dessa tresloucada pós-modernidade nossa. Há uma negação ao banal, coisa que aprecio muito. Vida longa à lucidez da poesia!

Bravo, meu caro!! Adorei

flaviooffer disse...

"Aquele que tem coragem de atirar-se no abismo..." - o poeta é um louco lúcido da realidade que não tem medo dos labirintos que se fazem diante de seus olhos... e sua poesia é isso! A busca incessante por uma saída deste labirinto imenso que se põe ante nossos olhos.

celia.musilli disse...

belo texto Cassio, cheio de referências sublimes e com ritmo, "alma"...estou dando um tempo dos blog, um dia eu volto.. um grande beijo