8 de outubro de 2009

TACADA 5: MORDENDO A LÍNGUA


Desrespeito seria olhar-te sem malícia. Sem me
imaginar flanando em seu ventre de algodão.
Agasalhando em tua lã de cor não lembrável. Ou
punhetando o dedo em tua boca mística enquanto
enrabo tua consciência de literata.
Don't me fucking dow, bitch. Há cinco gramas de
enfermidade entre meu espírito (de lhe querer) e tua
carne (esquentando a minha) que correspondem toda a
explosão do atrito. E sem atrito, sem fogo. Só o frio
das quatro e meia, teus cigarros cansativos e
minhas velhas veleidades nada sóbrias.
MaicknucleaR
Do livro Meu Doce Valium Starlight
DULCINÉIA CATADORA 2007
O blog do MaicknucleaR está lindo aí ao lado, ou no:

2 comentários:

Anônimo disse...

Isso é bom, Cássio!

João Paulo Ribeiro disse...

A transitividade dos verbos é o caralho.
Filho, vamos lá nos haicais. E viva Rabrinatah Tagore.