15 de abril de 2010

Vozes

Foto: Cássio Amaral

Ele desembarcou sem saber o endereço que procurava.
Um vento frio tocava seus cabelos raspados, como quem toca
um blues anunciando a vida.
Um som de Voodoo Child saia de um bar onde alguns caras
conversavam sobre tudo. A vida na bola oito tacada no canto
esquerdo da caçapa.
A menina tinha uma tatoo de sereia na nuca. Sua bandeira feito um
estandarte anunciava a vontade de vida e emoção.
Num reflexo ouviu um som de gaita e em uníssono escutou:
_Hei você, entre que aqui a casa é sua. É a casa da poesia!
Ficou atordoado, mas entrou.
Ali viu fotos de desconhecidos que passaram pelo bar.
Uma garrafa de absinto gigante dava um charme no bar junto de um
Gramophone.
Era tarde, quase duas da manhã. Pediu um conhaque para esquentar do frio.
Até que vozes vinham de uma porta ao lado. Em coro gritaram:
_Conhaque de um real, fica bem com poeta sobrenatural que vive fazendo verso fantasma.

Um comentário:

Anônimo disse...

quero conhecer esse bar...hehehehe

parabéns...

esse texto é incrível!

Bjs

Maeles