21 de maio de 2010

DERRELIÇÃO
Não se importe Hilda, que dessas palavras mortas venham cortejos
de açucenas no quintal. De mim livrasses a treva e de metáfase
criou-se o girassol. Foi com pregos em grades de azul. O susto já se
refez.
"Um susto que adquiriu compreensão". Clara em peles, o rubi
de seus olhos me encantou. Ontem devassa, hoje alem sua.
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Aquarela
Branca é a cortina da sala e grades separam dentro e fora de seus
olhos. As cores acalmam o desajuste, a antena e as telhas
embriagam a hemorragia. O silêncio despido de qualquer emoção
permanece intacto. As Pedras encaixadas na areia dançam sua
passarela matinal. Losangos e laços dependurados sobre a mesa.
Mônica senta e veste-se do sol. As unhas sujas enfeitam seus dedos.
Todos aguardam o funeral. Há aromas de dores e de festivais.
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Prece
Nesse cerrado de memórias
o dedo muda a direção das estrelas.
fino afeto.
mastigo o esboço rompendo a carne
agora viva e crua refaço a estrada.
a areia do corpo é o colorir da água - minha sede.
dos cacos às peças
o círculo é fechado.
Maeles Geisler
O blog da Maeles está linkado aí ao lado,
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3 comentários:

Isaias de Faria disse...

as três partes, encantamentos. letras de expressão e beleza.
parabéns. abração cássio e maeles

douglas D. disse...

há no fim, algo de permanência.

celia musilli disse...

Vcs tecem bem os poemas juntos...um beijo aos dois.