3 de dezembro de 2015

É quando a chuva cai para desfazer o pó.
Eu pó, nó do tempo carregado de imagens.
Um grito apenas um grito que me faça ouvir a harpa da direção.
As pegada na praia, os vestígios do cinza carregado de uma neblina
soprada na saudade.
O tempo , esse tempo, transfigurado, uma batalha sem sentido.
Ulisses está no barco sem rumo, barco sem sua esposa, sem sua filha.
Ulisses navega a deriva num poema que desfaz a condição atual.
É que o soneto do seu corpo perturba o encontro, sua voz rouca me destabiliza.
É que o seu futuro já dilacera o teatro que escreve na água viva no tempo que esvai...
É quando a chuva cai para o pó desfazer-se em poesia.
É que o amor não espera hora marcada, ou tempo administrado por perfeição.
É que a vida pede atenção, um sol maior para o sorriso se fazer inominável.

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