2 de junho de 2010

SONNEN


Capa de Jayro Alves Ribeiro no ideograma de Márcio Oliveira.
endoidar as metáforas
para comê-las com hipérboles
safadas e ávidas de metalinguagem.
.
A MORTE DO POETA

O poeta morreu
Balbuciando formigas em seus versos
Ficou obcecado por metáforas
Cuspiu pleonasmos pretéritos

O poeta morreu
Tentando achar seu caminho
Disse imperfeições nas metonímias
Atirou-se do nono andar

O poeta morreu tentando desmontar a bomba atômica
Depois de ter punhetado Descartes buscando a verdade ao contrário
Verter-se em Paganini tocando seu violino diabólico
Esvoaçando flores carcomidas por aliterações fingidas

O poeta morreu
Nos precipícios lunáticos de toda a imperfeição
Uivando diante do absurdo da sua própria voz
Silenciada no êxtase da loucura.
Cássio Amaral.

2 comentários:

ítalo puccini disse...

e como a gente faz pra conseguir este e os outros três???

:))

eu quero!
abração!

nydia bonetti disse...

como o sol, o poeta está morto...
- mentira. amanhã ele nasce outra vez - pra morrer amanhã outra vez.

que belo poema, cássio. abçs.