I
Foto síntese da vida
Gota plantio
A dor faz frio a esmo
II
Chove caos
Homem passa
Frio lameia tarde.
III
Lama em tudo
Sociedade em enchente
O caos abraça a chuva.
IV
Silencio silencio
Mudo observo a tolice da sociedade
ouvindo a chuva
V
A chuva bate punheta na tarde
Lenine me abençoa
A alma do Universo é o que me interessa.
VI
Meu sorriso está distante
O sul é frio e reto
Sou um sapato torto ninguém me conserta.
VII
Frio centrado no certinho
Stubbe dorme sonhando com Hegel
Menino maluco atiro na chuva.
VIII
FIM DO MUNDO NO FIM DO MÊS
CARTÃO DE CRÉDITO GUILHOTINA
DOS SOBREVIVENTES DO CAOS CAPITALISTA.
IX
Mundo vasto mundo meu nome não é Raimundo
Meu nome é cão MEU SIGNO É LIBRA
A balança diz justiça meu olhar gangrena ação estamos entubados ainda
X
Deixei um haikais fugir
Na chuva
Bem molhado e sem sentido
XI
Chuva romã
O xamã olha o céu
Num brilho de maçã
XII
Vejo tanto e sei tudo
O mundo é um embrulho
Que o caos desata na morte.
XIII
Cidade pequena litoral
Cu dentro de outro cu
Que arrombo num verso.
XIV
PARA OS QUE MORREM DE FRIO
Nosso descaso é a modernidade
Que pagamos a crédito
Na omissão da vida.
XV
Para alguns não passo de um bronco
Que não se limita a torpe
Da vida vendida. Quebro correntes ancestrais.
XVI
Sim sou um bronco!
Que enfiou no coração uma pétala
Para tentar ser mais humano.
XVII
Choveu caos
No átimo da desesperança
Alguém dorme debaixo do túnel.
XVIII
Todas as palavras
São aproveitadas
Na música da chuva.
XIX
Na contramão
O poeta acerta
Frio & chuva nas palavras.
XX
A chuva dança
Com o vento
Que chega cortante.
XXI
Kobayashi na chuva
Traduz lágrimas no frio
Que esconde Bashô.
Cássio Amaral.
16/07/2010.
2 comentários:
trem bão é vir aqui ver suas letras. sua poética. sua arte.
Rapaz, como aprecio sua alquimia endógena & desconstrutivista.
Preciso entrar em contato com você. Tem um e-mail que vê om frequência?
Abraço forte!
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