30 de dezembro de 2013
Hokkus
I
olhos rasgados
um sol pinga
vida em movimento
II
vermelho branco
olhos rasgados no tempo
infinito milenar passagem
III
olhos rasgantes
signos detonam
um risco na faísca corte samurai
haikais: Cássio Amaral.
Imagem do Japão da web:
http://noticiasanimeunited.com.br/colunas/cronologia-eras-do-japao/
29 de dezembro de 2013
SEM ACADEMIA DE LETRAS POR FAVOR
Foto: Robson Corrêa de Araújo
O nhenhenhém
Quer um aparecimento
Já que poetas agora querem serem
Pop Stars
Não sei da Lei Robin Hood
Nem da Lei Rouanet
O dinheiro público
é pago pelo imposto que pago também
Sei da Lei Robson
Corrêa de Araújo
Fotografar e
escrever o contexto o texto
Rasgar-se e
pedalar por aí
Correr a maratona peladão
Figurinhas brindam
a panelinha literária pra dizer
“Nossa que
excelente escritor”
“Nossa que
excelente poeta”
Excelência de signo
é arregaçar o coreto e fazer pensar
Impactar para
deixar louco o leitor deixa-lo estranho
Bizarro por assim
dizer
A poesia morreu sim
e nem todos são poetas
A caretice dominou
o mundo e as panelinhas literárias
São apenas
confrarias voltadas para lucrar
Assim como os seus
tais “poetas” stars
Que mais parecem
palhaços desvirginando a babaquice
Para dizerem
“SOU POETA”
Prefiro a
desacademia de letras sou da turma do eu sozinho.
Cássio Amaral
28/12/2013.
28 de dezembro de 2013
BILHETE II
Para Malu
Malu brinca
A vida é criança
No bilhete de felicidade.
Foto e haikai: Cássio Amaral.
Da coletânea Fórceps organizada pelo Poeta L. Rafael Nolli.
22 de dezembro de 2013
SOMOS TODOS TELEBOBOS DE ISAIAS DE FARIA
"A Televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
Oi! Oi! Oi!
Agora todas coisas
Que eu penso
Me parecem iguais
Oi! Oi! Oi!..."
(Marcelo Fromes, Tony Belotto e Arnaldo Antunes -TITÃS)
Não é essa visão que o livro de Isaias de Faria nos traz,
seus poemas são pautados pela leitura e contexto de sua vivência.
Eles estão trabalhados com influência do Jazz, do cinema, do Rock, da arte.
Seus poemas comungam com a filosofia no sentido de potência.
Há neles um dizer que explode nas palavras. Sua construção identifica
um poeta armado que se desnuda no significado buscando signos
que falam da vida, do humano, do ser, da existência.
É como disse Sartre:
"Estamos condenados a ser livres."
É essa liberdade de linguagem que seu livro traz.
Há nele também bons haikais que batem fundo.
Um dos poemas do livro:
sopa grega
enquanto passo os olhos em anacreon,
de pé,
na janela pintada de verdescuro,
pombos bicam as telhas de barro na
casa vizinha:
ruídos e filamento.
ártemis e fileleno.
dentro e fora.
Quem quiser adquirir o livro
Contatos:
isaiasjazz@yahoo.com.br
20 de dezembro de 2013
14 de dezembro de 2013
Foto: Isaias de Faria
O seu umbigo é ego trip só seu
Lá no além é zen
Acha que achar é um achado rachado do
Suprassumo da rachadura do íntimo de cada um
Todos se acham
Eu não acho nada
Engoli as estrelas
Mastiguei as flores
Exalei o estilo
Pessoas querem seu objetivo
Objetivo de artista é desmaterializar esse
condicionamento achismo
Foto: Robson Corrêa de Araújo
1- O descaso abocanha o caso do acaso.
2- Adágio de sutileza é arrancar-se mansamente.
3-Três e três aforismos espiram nove possibilidades de sentido.
4-Palavra é criança que faz bagunça na sintaxe.
5- Todo o silêncio proclama haikai é sol três versos.
6- De cabelos rosa a poesia sacode o tempo na madrugada.
7-Vento uiva o inesperado no texto.
8- Frase é digna de luta com a crase.
9- Nove vezes nove são eremita rasgando o invisível.
11 de dezembro de 2013
O ACHISMO DO CAMINHO
Foto: Robson Corrêa de Araújo
O seu eu é apenas seu.
O meu eu é meu.
O seu eu não impõe ao meu.
Meu eu não impõe ao seu.
Minha estrada é um road mais outsider.
A sua estrada é um divã pra entender
a sensibilidade de cada um.
A consciência têm sensibilidade.
Mas na sua afirmação a consciência sabe
e a sensibilidade não reconhece.
O eu é igual ao olho cada um vê como quer.
A id e o super ego ficam de onda com todos e tudo.
No final o pó desmistifica os eus que "achamos" e os que são
"Meus".
5 de dezembro de 2013
Fique com sua verdade
Tela de Kedo
A mentira é a verdade ao contrário
Não saber nada já é saber filosofar
O ângulo do cateto oposto da lábia
é 171 nas bocas bacantes na berlinda do
ocaso em driblar o acaso no caso
do transitivo indireto com o dedo na face do perigo.
Andar leve, pisar macio e cafungar astúcia é o
brinde do dia.
04/12/2013.
2 de dezembro de 2013
Povo brasileiro vida de gado
Foto: Robson Corrêa de Araújo
abre a manhã
fotografia cinza no céu
um pássaro canta audaz
tropeço horas correria
cafunga silêncio mordaz
a sobrevivência é escravidão
pântano dissidência sem comoção
araldo do impedimento revival
da indústria carcomendo clientes
feijão com arroz pisado e ausente
a barriga sempre dói
não há sol no país da Banana
povo alheio ri a risada
machucada de ferro e brasa
o abate é preciso.
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