30 de agosto de 2014

70 POEMAS de Ana Peluso




O livro 70 Poemas de Ana Peluso traz uma poeta madura.


Seus poemas comungam com o Metro de São Paulo, onde retrata a realidade da vida paulistana. O comentário do livro é de Marcelo Ariel.
Nele está inserido versos bem articulados entre forma e conteúdo.
A Edição é da Editora Patuá, responsável Eduardo Lacerda que tem dado espaço a vários bons novos poetas do Brasil.
Ana é pisciana  e sua água dá vida a arte que lhe ocupa,  sua verve traz poemas bem compostos como este:


Meus amigos são todos frágeis
Sofrem todos de falta de robustez

inútil tentar ser rocha
quando se padece de água

são todos um mundo de água
sobre uma folha de rocha
única, fina, pouca

nem uma pedra agudiza
todo esse mundo de água


meus amigos são todos fortes
todo mundo é indefeso

Ana Peluso
70 Poemas
Editora Patuá.


28 de agosto de 2014

O BARULHO TORPE É SEMPRE O MESMO

o dia-a-dia carcomido de besteiras
o cancro mole desses incautos
claustro num cérebro abortado
o cinza do desnivelamento
vida morta por enforcamento das vontades

o catarro verde impregnado
no sorriso amarelo do destempero
contumaz da falta de vontade
de algo


salas de escuridão num filme
pasquins no teatro de horrores de
um futuro incerto

areia movediça que engole
no primeiro passo os
imbecis.


OUTRO DIA URUBUS PERSEGUEM RESTOS

esse baixio das bestas
a alegria massacrada
nos dias  passados sem glória
no enredo do trelelê
na imbecilidade tacanha


esse baixio das bestas
não há Dom Quixote
que veja moinhos de vento

o barulho é explosão
que explode sem compreensão


esse baixio das bestas
não adotam a cultura
porque  o lixo faz parte de nós.

28/08/2014.


27 de agosto de 2014

GANGRENA JÁ SE FOI O DIA

esse baixio das bestas
pus amarelo distúrbio coletivo
realidade de vozes na catarse
aniquilante
cérebro carcomido pela nevrose
que os berros dão tom risadas
mesquinhas falta de luz


esse baixio das bestas
pus amarelo
filhos abortados vivos mortos
mortos vivos


esse baixio das bestas
onde o nada é tudo porque
não há tudo no nada
é um odor que incendeia a tarde

para lembrarmos que somos
o pó no vento que nos acaba em migalhas.




25 de agosto de 2014

PORTAS ABERTAS

Ocaso no acaso
Suspiro espirro
porta aberta da luz faísca
no meu centro.



23 de agosto de 2014

NA CHINA O PEDAL JÁ É FUTURO

pedalo além do cinza
sustentável corro risco
a natureza agradece.

Foto:   http://www.viaciclo.org.br/chines-constroi-bicicleta-de-madeira/

20 de agosto de 2014

AUTO CONFISSÃO

Seu trelelê não diz Erefuê.
Meu silêncio fala mais alto que o que todos dizem
Não discuto com o incauto
Absorto na esquina já vem a autoestupidez
sorrateira brincando e  você que acredita em papai noel
ainda insiste em me dizer que o teatro de horrores que vivo
é a  oportunidade de ser feliz.


19 de agosto de 2014

A VIDA PULSA

Foto: Robson Corrêa de Araújo.

Amanhecer folhas dão milagre sustentado em galhos
Passam todos os dias
Estamos diante do sol mesmo sem sol
São estes galhos raízes junções entre pai e filho, filha
neto, neta, primo, tia, avó, avô, parentes
São estas junções todos ligados ao dna  do uni-Verso
A aura que se faz é faísca que emitimos
Transfigura-se os passantes
A vida pulsa nos instantes que temos
Pueril fabrico este sonho

Aqui e além sejamos nós.


16 de agosto de 2014

CARTA ABERTA AOS "AMIGOS" FACETRUQUEANOS



Foto: Robson Corrêa de Araújo


Não tenho 736 amigos do facemundotruque
Facebook entubamento organizado de futilezas
Meus amigos os conheço bem
Eles não curtem o que escrevo ou o que ouço
Eles sabem quem sou
Por isso ao vivo nos abraçamos
E rimos aleatoriamente do nada
Não procuro seguidores
Não me interessa a fama
Apenas o que busco nesse facetruque é meu verso
Mesmo que críticos mordazes apareçam
Meu mestrado  é por palavra por palavra
Meu doutorado é domínio de linguagem
Esse frio e chuva não fazem parte de mim
Sol repete-se no meu texto pois
Confesso o sol em mim além de qualquer
Palavra.


UMA QUADRA DO DF


A moto Jazz 14:08
Brasília avião decola
Verbo salta no ar.

Foto: Robson Corrêa de Araújo.


15 de agosto de 2014

NÃO CURTA SEM CURTIR O CURTO CIRCUITO



Você não lê e curti
Curto curti o que vi
Não curto o curto circuito fio desencapado
É moda curti sem curtir o que se ouviu


Não curto curtume alhures sem curtir o couro curto
Curto coturno comido Joe Ramones  Pistols  ou The Clash
Você já curtiu o descurtimento do pronome do caso reto

Viver num Dogville é curtir o Provincianismo curto catatônico
CURTO CURTO os  feixes do sol
Que alimentam o texto mesmo sem você curti-lo

Curtirei a Philosophia & Poesia que o calor

Curte no meu poema.

12 de agosto de 2014

Descarrilhar até o pedal ficar dobrado


Nem prosa nem romance ou se quer Kafka
Acenam na sombra  da árvore
Descarrilhar no amplexo da Metalinguagem
Para ter uma árvore que nos abençoe além de linguagens
O pedal alinha vida  é o que dá condição ideal
No subterfúgio da palavra confesso minha forma

Riscos que passam na água que alimenta o verbo


Foto: Robson Corrêa de Araújo.


10 de agosto de 2014

ALÉM DO TOUR DE FRANCE POMERRODA

 
 

Foto: Robson Corrêa de Araújo
 
 
Acordo cedo pedal no Alemon
Deslizar e Flanar no frio
Ensaio de Nietzsche grávido de ideias
Comprei duas escovas dentais
A bike da sogra  "MONARK" atravessa a cidade
Feliz sorrio para desconhecidos no acaso
Serotonina, Endorfina e Dopamina dançam comigo.
 
 


9 de agosto de 2014

CLARÃO DA VIAGEM

 
 
 
 
Passos dão tom certo
Sintonizam
Passagem na Ventania.

Foto: L. Rafael Nolli.
Haikai: Cássio Amaral.
 

 

O EIXÃO DOMINA O VERBO


Niemeyer pedala o traço sutil gerações marginais no ciclo  ali perto da vila Planalto
O concreto já rachou Plebe Rude
Satiricon não dá uma condição de Amsterdã a bike é uma metalinguagem sempre
Parque da cidade perto pra dar um improviso sim a gramática é difícil conjugar Brasília
Seus mistérios agora que meu foco amudrá é uma prova de provas da vida e vivência
Lá pra praça do Relógio o rock não errou nunca Robson
Sombras do poder não têm poder algum se fome come o rema rema das poções que caminhões e pencas de eleitores nordestinos fizeram dessa Braxília algo flutuante de feixes e luzes
O avião decola do plano piloto  para marte

A viagem é certa
O deslumbrante congela momento.


Foto: Robson Corrêa de Araújo.

O futuro não entende a conjugação correta

Entendesse esse ê
Entenderíamos no Futuro do Pretérito
Não entendo nada na língua a míngua.

Exercício de linguagem

Dobrar a língua à esquerda
Suavizar o substantivo simples
Conjugar amar no amplo.

8 de agosto de 2014

REFLEXIVO NA GRAMÁTICA

Destrincho substantivos
Consoantes e advérbios
Encontro pronomes pessoais.


7 de agosto de 2014

GRAMÁTICA

Pronome pessoal do caso reto
Alivia o substantivo
Diante da preposição.



5 de agosto de 2014

ESCRITURA

pelos pelos das palavras
a ocasião é túnel
acordado flecha sutil


SEM FOTO FOTOGRAFO O INFINITO

A preposição de justa saia inicia a dança
A justaposição de saia justa fica com vergonha do romance
Não há milagre sem suar muito no texto
5:30 da manhã de terça e cafungo a gramática
Elementos morfológicos: Radical , prefixo... Sufixo o entender é de cada um
A praia alimenta o sol sais minerais que num caminhar curam a asma, o cansaço, a pressão alta , o dia


Não há imagem propriamente dita
Há cerne, medula, rock and roll guitarra cortante

Poema palhaço que tira o trema do arguir

para desfarelar-se


agora.


4 de agosto de 2014

Texto sobre pintura passo no passo do Kedo


O professor voltou de férias alimentado de sol
Chove aleatoriamente no início da noite para o frio dar tom de quedo
Aikido do texto zarabatana do vem e vai do movimento
Esse poema você não conhece
É mais que Noir (maldito) é enigma que os gatinhos fuzilam na mão
do artista plástico
O peixe morre pela patavina na palavra
Há um deleite no rock que escutamos na figura de linguagem
Neon dos feixes que soltam uma bomba de luz
na perfeição do pulsar da fala o movimento sacral da
diafania na Filosofia dos quadros de Goya que articulam

o subtendido de um caminhar

boca aberta no clarão da verve

arte em movimento



2 de agosto de 2014

ESPERMATOZOIDES NA FOTO QUE FIZ NO SAMURAI NA PASSAGEM DO KEDO POR AQUI.

Rock and Roll distrai mandinga do nhenhenhem
Lua transpirada crucifica o ocaso
Feixes líquidos zoommmmoooommmm
A careca é poesia num olho rasgado
Samurai pego a espada para dar pó

ao

poema

Foto: Cássio Amaral.




1 de agosto de 2014

Três rodas num pedal é existencialismo dobrado em dois fios.


Foto: Robson Corrêa de Araújo 



A vírgula de sua interjeição é fala  e  conteúdo
Pés não se perdem no verde que cura o labor
Poema desfaz uma referência antes do por do sol
Cinza embutido no poste bondinho da suor no vaticínio
letras & garranchos
rangem o estardalhaço seguido do inexorável


Sartre está na sombra rindo dos dias atuais.




Pelar metalinguagem é sacrossanto no feixe.


1- Pedalo pleonasmos catatônicos, o vermelho é sol carcomendo pés no infinito.
2- Feixes de luz estão além da minha sombra que é pura poesia.
3- Garanto um pedal legal na metalinguagem art & filosofia não quero vírgula quero ir além.
4- Curtinhas dão um jeito o twitter está na roda posterior ao desarme do contexto.
5- Cinco pedais dão um pedal legal na amplidão da vida : camelar sempre aqui e no sol.

Foto: Robson Corrêa de Araújo.