30 de outubro de 2007

Máximas e interlúdios de Nietzsche





Um homem dotado de gênio é insuportável se, além disso não possuir
pelo menos duas outras qualidades: a gratidão e a cortesia...


Quando se tem caráter , tem-se na vida uma aventura que sempre se renova.


Mesmo as mulheres , no fundo de sua vaidade pessoal, têm sempre desprezo
impessoal - pela “mulher”...


Quando o amor e o ódio não estão em jogo, a mulher joga de maneira medíocre.


A mulher aprende a odiar à medida que desaprende a fascinar.



Hoje, um homem que busca o conhecimento poderia facilmente acreditar-se


um deus que se torna animal.



Como! Um grande homem? Não consigo ver nele mais que o comediante
do seu próprio ideal.


Do livro Além do Bem e do Mal

29 de outubro de 2007

Meme da telepatia dos blogueiros uivantes

Friedrich Wilhelm Nietzsche


Recebi o convite da amiga Priscila Manhãs pra mandar o Meme pra outras pessoas.

Convido Ricardo Wagner, Lucas Rafael Nolli, Flávio Offer, Célia Musilli e Loba

O links deles estão à direita.


As regras são as seguintes:

1ª - Pegar um livro próximo (próximo, não procure);

2ª - Abrir na página 161;

3ª - Procurar a 5ª frase completa;

4ª - Postar essa frase em seu blog;

5ª - Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;

6ª - Repassar a outros 5 blogs.

...


E os leitores desse blog podem deixar a frase na caixinha de comentários.



Estou lendo Nietzsche - Além do Bem e do Mal.



A 5ª frase da página 161 é:



"Que riqueza de seiva e de forças, quantas estações
e climas estão aí miturados! Essa música tem ora um ar velhote
ora um ar estranho , ácido e muito verde ; é ao mesmo tempo
fantosiosa e pomposamente tradicional, às vezes maliciosa e
espiritual , na maior das vezes ainda áspera e grosseira - como tem
fogo e vivacidade e, ao mesmo tempo a pele flácida e pálida da casca
das frutas que amadurecem tarde demais!".


Esse trecho é quando se refere à música de Wagner.

Trecho do Livro Além do Bem e do Mal de Nietzche que estou lendo.




Não vi o filme,mas o amigo Daniel disse que vale a pena ver Quando Nietzsche chorou. Ele disse que é um filmaço. Vou ver se leio o livro e vejo o filme também.

26 de outubro de 2007

Bobo empregando


Tela de Basquiat


Acordei sentindo frio e logo fui acariciado pelo morno cobertor distante, onde fiquei consolado pelo destino que contraí por direito, e amedrontei assombrado pelo ócio que me apresentaram de bandeja. Foi aí que me revoltei aliciado pela tele/visão de cegos intelectuais com bobagens em braile. Vejo e ouço, nela, sonhos icásticos contidos no amor vendido pelas prostitutas promocionais num visual que pouco acrescentou e muito cresceu.
Hoje arranjei um emprego no cargo de bobo da corte e agora sigo conduzindo um sorriso forçado.
Ricardo Lima

24 de outubro de 2007

Captainianas ouvindo Captain Beefheart 1

Tela de Captain Beefheart(Don Van Vliet)


todo blues
é canto rouco
que monta no Plastic Factory2

Cássio Amaral


Captain Beefheart na dissolução
tudo é vertigem de alienígena
som que capta constelações desconhecidas


Cássio Amaral & Priscila Manhães



a madrugada abre as pernas
e o blues tarado introduz
sua voracidade em essência


Cássio Amaral



1-Captain Beefheart and his Magic Band uma banda norte americana que esteve na ativa na década de 1960 até 1980.
2- Plastic Factory uma música do Captain Beefheart


Se tivera afim de sacarem um pouco do Captain Beefheart podem acessar o site:

http://www.beefheart.com/
Só pra lembrá-los que Don Van Vliet era o líder do Captain Beefheart, além de Cantor e músico ele era artista plástico que vocês podem ver suas telas no site aí.

Um vídeo do Captain Beefheart no YOUTUBE:

http://www.youtube.com/watch?v=zAoPhVn4y1Q

O amigo Welisson que me aplicou o Captain Beefheart.
Valeu Welisson!


23 de outubro de 2007

Reminiscências...

Foto de Quedo


A casa está aberta
As paredes caídas
Ninguém mora mais ali
A música de Rock and Roll não toca mais
A casa está caída
Suas paredes não foram tombadas pelo patrimônio Histórico
O povo acha que tombar é derrubar
A casa está derrubada
E os canalhas ainda ganham dinheiro com o patrimônio público
O casarão está caído
Eu estou caído
A cidade pertence a poucos
A cidade está comprada
A casa está caída
Apenas sua alma é o ruído dos sentimentos
Que um dia foi vida na miragem do tempo
E que agora a faísca da lembrança vomita de saudade.


21 de outubro de 2007

Sonata da luz da lua

Imagem do Filme O Piano 1993






Um som profundo e aveludado faz formar inúmeras imagens cada nota em suas margens se fazem agressivas e apaixonadas
Um piano solitário no centro do escuro salão o ar da triste solidão e a execução de um pranto raro
Rasga o vento com teu choro oh,pianista e tuas mágoas cada nota como a água de teus olhos sem consolo
Dedilha estas notas que imagina cada tecla uma parte de sua canção dedilhando assim meu coração faz o fundo de minha sina.
Sei que choras como eu mas teu jeito de chorar senhor solitário,é tocar bem mais belo que o meu.

E ainda ouço a sonata morrendo...

pouco a pouco,em tuas mãos.



Edu (Eduardo Ribeiro)



O blog do Edu é: http://www.educodenome.blogspot.com/



Ou nos links aí do lado.

18 de outubro de 2007



Tela de Quedo




Estou fora de casa,
os sinos tocam dizendo ser o fim da energia e
o começo de outra - não obedeço.
O copo de vinho me acompanha nesses dias famintos.
Estou à beira da loucura. Da loucura perplexa,
da indignação e das flores mortas.
Tenho infinidades para plantar...
A música toca e eu não sei acompanhá-la e
só dentro da alma ela é compreendida.
Pessoas passam, pessoas vem, pessoas vão -
é sempre a mesma coisa.
Os banheiros existem - é preciso defecar.
Os sinos tocam sem ritmo numa balada propícia ao vento.
Sou o que sou e nada mais.
Tem gente que me admira, tenta me consumir e depurar...
mas sou feita de carne e osso e minha alma
ninguém pode alcançar.
Não sou vitrine exposta, onde se olha e pode comprar...
sou além da matéria.
Chega de hipocrisia, de ladainhas e picuinhas -
somos e podemos ser mais do que isso.
Vampiros de energia - gente de pouco brilho que rouba
o que é do outro. Sejamos verdadeiros caros vampiros -
tirem suas máscaras e encarem suas fraquezas.

Cris - (Cristiane Destri)

O blog da amiga e irmã Cris está linkado aí do lado ou no:
http://crisdestri.zip.net/

17 de outubro de 2007

Helena Kolody: Pioneira do haicai


Helena Kolody (1912-2004), a consagrada poetisa do Paraná, inaugurou em 1941 a série de mulheres haicaístas do país. Dona de uma enorme coleção de adjetivos-virtudes, palavras-emblemas, atribuídos a ela pelo povo paranaense, Helena deixou uma obra, que na qualidade lembra outra grande poeta: Cecília Meirelles. O amor que ela conquistou pelos poemas, pelos livros, juntou-se à lira de sua poesia feita de canções à vida, da solidariedade, da natureza e a inquietude da condição humana. Pode-se brincar dizendo que as letras iniciais do nome da poeta, HK, são as mesmas de quando se grafa hai-kai, como ela o fazia.

Alguns haicais de Helena Kolody:


Arco-íris

Arco-íris no céu.
Está sorrindo o menino
Que há pouco chorou.


Prisão

Puseste a gaiola
Suspensa dum ramo em flor,
Num dia de sol.

Vitória Íntima

Como a penumbra da noite,
A meditação desceu em seu olhar
E acendeu dentro de mim a lâmpada serena.

16 de outubro de 2007

HAICÃES MADRUGAIS

I
cachorros latem
na madrugada abissal
enquanto pleonasmos explodem o imprevisto

II

cães caminham sem donos
onde o latido é a face da ironia
que a madrugada incita nos monstros de Blake

III

Pink Floyd na devoção da noite
“HEY YOU”
Vira-latas uivam o inimaginável



16/10/07

15 de outubro de 2007

Expresso Araxá - O FILME OU QUEIMA FILME?


Tela de William Blake
O amigo Ricardo Wagner escreveu uma resenha sobre o filme Expresso Araxá,
filmado aqui na nossa província.
Vi o trailer do filme e não gostei, achei pueril e sem pegada.
Ricardo foi além e escreveu uma resenha que vocês podem
conferir no:

LEMBRA-TE QUE ÉS PÓ

Fiquei percebendo a falta de umidade atmosférica
O calor matará milhares daqui a pouco
A camada de ozônio já acabou
O dia como um meteoro passado em segundos
As minhas futilidades e das pessoas são coisas ínfimas
Dona Maura já não abre mais a janela
Morreu de derrame cerebral enquanto sua filha trepava com Mário
Os dois gozavam loucamente
E dona Maura sofria o derrame cerebral
O sexo vivamente feito de sexo e prazer atrás do armário
E a morte de repente dá o pinto a dona Maura
Que também entra no céu feliz.



11/10/07

12 de outubro de 2007

A FALA DE JOMARD MUNIZ DE BRITO



Astier Basílio: E SOBRE A FEBRE DA INVENTIVIDADE, ESSA COISA DO NOVO, SOBRE O NOVO, O QUE VOCÊ ACHA?

Jomard Muniz de Brito: Será que o pessoal está mesmo afim disso? O pessoal está muito preocupado é com o lugar no mercado. As pessoas estão muito preocupadas com o mercado, com o sucesso e com a sobrevivência do mercado. Pra você entrar no mercado tem um jogo, se você tem um amigo numa grande editora, aí você vai ser editado, vai ser publicado. Se você mora no Rio e em São Paulo há mais possibilidades de se entrar no circuito nacional do que se morando aqui. Estas são relatividades, que é o relativismo, que é o cinismo total... se deve fazer a análise concreta de situações concretas.
Não se vive impunemente no Recife, em João Pessoa ou em Natal, você tem que assumir isso, o ônus disso, por covardia ou por qualquer coisa ou por medo de não fazer sucesso numa cidade maior. E depois tem mais uma coisa que eu não gosto: é de assumir uma máscara de seriedade (risos) Isso eu aprendi com Sartre. Pra você ser um intelectual, ou ser um poeta, ou ser uma pessoa que tem trânsito na academia, na sociedade letrada, tem que ter uma postura de seriedade, tem que estar enquadrado, que é uma hipocrisia, ter de fazer um jogo de cortesia e eu aprendi com o Tropicalismo a me lixar pra estas coisas.

JOMARD MUNIZ DE BRITO
(Professor, poeta, escritor e agitador cultural)
É um dos mais representativos nomes da vanguarda brasileira, que inclusive assinou o histórico Manifesto do Tropicalismo.

Do livro: diálogos – Seleção de entrevistas publicadas no caderno literário Correio das Artes, no jornal A UNIÃO, em 2003.
Coordenação de: Linaldo Guedes e Astier Basílio.

3 de outubro de 2007

imagem do site: http://www.ufrj.br/


SOMBRA DE BAUDELAIRE


a sombra
me
assombra

quando a assombração
é Baudelaire
comendo as nuvens sangrentas
da imprevisão


vampiro que pira
na assembléia de Dionísio
cafungada de flores doentias
sapato torto com devaneios vulcânicos

a sombra
me
assombra


porra escrotal
que é nuvem embevecida de estilhaços
da dissidência

a rima é golpe
a palavra bomba atômica
no branco do papel
loucura sem remédio

a sombra
me
assombra


Baudelaire morde pescoços incautos
enraba a estupidez dos covardes
e dá vida ao mijo da madrugada
perdida na esquina.



03/10/07

Esse rabisco vai virar um videopoema que vou fazer com guitarras de fundo, contraste de claro e escuro, cenário simples de madrugada e alguns uivos, risadas irônicas, latidos de cães, algo nesse esquema. O enfoque é a sombra.
Esse poema nasceu do meu haicai:

a sombra
me
assombra.

2 de outubro de 2007

Tela de Quedo


OS VAGABUNDOS ILUMINADOS
ir sem saber quando chegar
Bob Dylan “No Direction Home”
no uivo zen lunático da alma




urro desatento de Michel Foucault
na lua negra
ponto G no êxtase das estrelas


29/07/07


cabala mandala faísca risco
noite mãe da inquietação
rasgo imprevisto no fundo visto

29/07/07


revoada de pássaros
no circunflexo de amplidão
da tarde indefinida.