28 de fevereiro de 2008
27 de fevereiro de 2008
HAI VAGANTES CÃES
perdido no mar
veleiros navegam devaneios
cachorros vagam na rua
o improviso diz na esquina
que latidos traduzem sentimentos
vagabundos iluminados contemplam
a lua desfarelada no céu
mel misturado com o gozo scarlate de uma estrela
canto um canto no canto
fico pasmo Hilda Hilst me acena
na lua prostituta bela no céu.
24 de fevereiro de 2008
LÍGIA RIBEIRO
CHARLES TÔRRES PEREIRA , CHAOTIX - 3 D
Trabalho de Charles Tôrres Pereira
Charles Tôrres Pereira, o homem da terceira dimensão está linkado aí do lado, ou no:
http://www.chaotix3d.blogspot.com/
18 de fevereiro de 2008
16 de fevereiro de 2008
Afaguei estrelas mergulhadas em nuvens displicentes
O I CHING me reza direito que tenho de orar sempre meia noite
Incenso cósmico sobe tudo vagando em espirais que diz o imprevisto
Medito “Cabeças depois de serem cortadas ainda mexem e mordem a terra” Descartes lentes que catam cheiros, sabores ditam Discurso do Método. Maiêutica que pratico
na sala de aula diga todos dizem a situação Verdade não existe. Os óculos de Lennon no CCBB inundaram de lágrimas meu olhos de linces palito os dentes em Nietzche161 Os poetas não têm pudor com suas aventuras – eles as exploram eu eremito, só sozinho tiro a roupa apago a luz fumaça de incenso desfacelando segundos mortais a lua insana me lava granito de ponta de umbral 163 “O amor revela qualidades secretas daquele que ama- o que ele possui de raro, de expecional. É por isso que o amante engana facilmente naquilo que nele é regra. Correntes ensangüentam Dali num quadro que suspiro. Mastiguei o tempo e vou ficando mais novo,multiplico formas entre saber de milagres e discos voadores que vejo. Só sozinho sigo Zaratustra canta pra mim, con-verso com ele ele me diz que a caverna é momento de time para o pulo do gato. Faço figa, vejo o inominável e Além do Bem e do Mal distraio a música que bebo na safra quebrada do meu ser.
Cássio Amaral.
16/02/2008
23:01
Desconcertos na Paulista
Lasanha Hoje - Atomic Radio Sábado
"O Desconcertos na Paulista deste sábado convida três jovens autores que agitam e desconcertam o cenário da moderna literatura brasileira. Escrevem, sua escrita ágil, direta, contundente, de altíssimo nível; agitam, mixam, experimentam vários níveis, ousam com música, webdesign, cinema, dramaturgia, artes plásticas; além de participarem ou serem diretamente responsáveis por duas das melhores revistas online de literatura da atualidade: MURO e LASANHA." Claudinei Vieira.NICK FAREWELL, MAICKNUCLEAR, PAULO F. no DESCONCERTOS NA PAULISTA - A VOZ DA PROSASábado, dia 16 de fevereiro, 18:00,CASA DAS ROSAS
Espaço Haroldo de Campos de Poesia e LiteraturaAvenida Paulista, 37
(ao lado do metrô Brigadeiro)
www.revistalasanha.bravehost.com
http://onlineatomicradio.bravehost.com
_______________________________________________________________ MaicknucleaR www.valium5estrelas.blogspot.com www.ogivanews.wordpress.com maicknuclear@hotmail.com
15 de fevereiro de 2008
31/10/04.
14 de fevereiro de 2008
LAVRA PÁRIA
IN SULTANDO AS FA VELAS
CANTINELAS PRO
VINCIANAS
INCINERO AMOR FADO
CRENÇAS CERVANTEANAS
ABRO O GÁS OXIGÊNIO E MORRO
VI VENDOCAOTICAMENTE ABRO O VER
BO CANTO CEGO DE VIS
TASSALIVAS DE FRAG
MENTOS DE SABINO NO ENCONTRO
DES
MARCADO
SANGRA A CICATRIZ
DO RIO ÁGUA SALOBRA
QUANDO CELA
NÃO ABRIGA A IMPUNIDADE
DO AS
SASSINO DE APOENA MEIRELES
CRIME RIME IM
PUNE SODOMA GOMORRA SANTI
FIQUE.
13/10/2004.
13 de fevereiro de 2008
02/11/2004.
12 de fevereiro de 2008
10 de fevereiro de 2008
Conto ficção
Estou demoradamente sentada na mesa desse café esperando para que dê tempo da sua cabeça loira ver meu braço comprido se espreguiçando debaixo da minha blusa de bolinha que tem aquele tipo de manga fofinha que você tanto gosta.
Se nunca conversamos, como eu sei que você gosta? Ah, sei sabendo. Outro dia eu conversava com um amigo, também aqui, nesse mesmo café, só que em outra mesa, com o propósito único e claro de te fazer ciúmes, mas nada adiantava. Você e seu temível aparelhinho de ouvir música, com pequenas e ridículas bolinhas pretas de som grudadas aos ouvidos. Eu bem que tentei falar muito, muito alto, aproveitando a ruideza absoluta que costuma reinar naquele horário. Seis e meia da tarde. Você tinha um grosso bloco de anotações nas mãos, e eu dava dois dedos da minha para saber o que você escrevia. Sim, por duas vezes eu vi seus olhos feiosos pousarem na fenda da minha saia. Estou gordinha. Mas minhas coxas de algum modo misterioso ainda te seduzem.
Nossos encontros casuais estão ficando cada vez mais freqüentes. Não sei se naquele dia no qual eu tentei te fazer ciúmes com meu amigo você ouviu a gente falando da genealogia da moral de Nietzsche. Talvez não goste de Nietzsche. Mas é que eu me sentia tão importante falando naquilo, e à medida que a cerveja artesanal e cara vendida naquele café proporcionava um estranho efeito de náusea no meu estômago, minha fala parecia ficar ainda mais cheia de cultura e lascívia. Meu amigo já deveria estar se perguntando o que diabos acontecera comigo, e você lá, escrevendo a tese do momento e ouvindo suas nojentas bolinas pretas de som. Pareciam grandes abelhas ferroando calmas a pele macia e íntima dos ouvidos. Amei suas orelhas. Pequenas de mais para um homem do seu tamanho. É. Ontem eu ajeitei os cabelos de modo a pensar que você fosse me olhar diferente. Mas não olhou. Como lembrei da primeira vez que nos vimos, e que eu estava com a blusa de bolinhas, resolvi vesti-la de novo hoje.
E hoje eu conversava sobre a forma com a qual homens e mulheres escrevem suas poesias. Minha companhia, Samantha, leitora cheia de vícios com mulheres do tipo Anaïs Nin ou Sylvia Plath, dizia-me que o homem escreve sobre, já a mulher escreve sendo. Mal pude terminar de ouvir essa frase, senti você segurando meu braço, com a ponta de dois dos seus dedos pequenos e robustos. Você tem uma leve penugem nas mãos:
- Me empresta o fogo?
Eu não resisti a uma piadinha.
- Só se você não devolver.
Daí o instante se prolongou. Cada bolinha da minha blusa começou a se agitar em estupefata comemoração, minha amiga de boca aberta, assistindo, a cinza do cigarro dela se avolumando na ponta, quase caindo, quase caindo, não acreditando na ousadia. O menino que nos serve café passou do seu lado feito uma bala, telefone para ele tocando no caixa. Ai, isso não podia ter acontecido. Foi nesse instante que a tentativa de complementação que faiscou em seus olhos encontrou o refúgio inútil e asfixiante da timidez. Você desistiu da investida que pensou em fazer. Ficou tudo como se tivesse sido apenas uma idiota b-r-i-n-c-a-d-e-i-r-i-n-h-a. Frustrante. Brincadeira que você fingiu não entender. Dois meses e 19 dias te observando, trocando olhares e sonhos nos meus travesseiros em chamas, pra no final das contas, você apenas levar embora o isqueiro consigo. Fiquei sem fogo, mas com a fogueira em mim ainda acesa.
Amanhã vou fingir que dormi na rua, e vou pro café, de novo, com a mesma blusa de bolinha. Meus pontinhos brancos ainda não se conformam com a derrota. Ah, comprei um aparelhinho de ouvir música também. Agora vamos poder disputar indiferenças. Mas ainda continuo sonhando com o flanco macio e suave da sua cabeleira loira e escura.
Os blogs da Luciane estão linkados aí do lado, ou nos endereços:
http://fionamiller.blogspot.com/
http://aresexteriores.blogspot.com/
8 de fevereiro de 2008
Z DA QUESTÃO
voam em liberdade além do que alguém possa captar ou entender meu VÔO DE LIBERDADE
asas distraídas sempre sabem das rotas e saídas coroar o imprevisto com olhos de lince
saber as batalhas e as fraudes além do improviso dançar a vitória e derrota ri e ri de si como se ri fosse e é o que há de melhor cagando os pecados ver o re-
verso digo e finco meu pau no cume do absurdo além de tudo sem ser visto como sou sei sou o i ching pode me absolver tao te king lao tsé sensei diz o que diz miss foi-se a foice é o crime do abandolerear a além há abandas bandas tocam bandejas o abandono não existe é antes grade da insegurança de quem vai falanges canibal rimam no sol lá é meu lar e refaço o traço do risco que arrisco fakir cortou coração de vênus no mar além do m.
2 de fevereiro de 2008
Me convidou pra ir para casa dele.
Acabou a reunião. Pedi pra Ivete, que é minha amiga, colega de trabalho e mãe pra me levar lá,
já que não tenho carro. Ok, Ivete me levou lá na Riviera do Lago.
Tarcísio nos espera na porta da casa. Vem com aquela alma generosa, nos cumprimenta
e nos convida a entrar. Ivete não pode ficar tem a casa cheia de convidados, os filhos e o esposo esperando.
Tarcisio me leva pra dentro e me apresenta seu amigo Ubiratã.
Eles estudaram juntos Engenharia Química em São Carlos.
Resumo: Show! Ubiratã (Bira) é gente fina pra caralho! Meu parceiro Tarcisio é
Illuminati, iluminado e Bira Também. Depois de umas e outras, de Los Hermanos,
Frank Zappa e Lenine. Noite inesquecível.Bira tocou umas músicas bem legais dele. E Tarcisio também cantou suas canções. Brothers pra lá de gente boa.
Copiei a letra que fiz com Tarcisio Moura na minha agenda. Ele musicou, é meio CAZUZA,
olhem aí:
Levando embora o verão
Será que o amor é certo
Depois da contramão?
Eu tento mas não entendo
Porque tem que ser assim
Se eu cheguei de pressa
Você não viu em mim
A cor, textura e o tato
Calor, amor , abraço
Loucura, te tira o sal do mar
O sol, revive na areia
E a nuvem profetiza a vontade
Que corre queimando as veias
Quem vai dizer que nunca amou
Na vida tão rara, tão farta
Sorriso de boca ingrata
Quem sabe e quem nunca errou?
Quem abre com espaço
Pro calor, amor, abraço?
Tarcisio Moura e Cássio Amaral
1 de fevereiro de 2008
Minas está aqui,
dentro e fora de mim,
com seu vasto galope,
corpo se fosse um fardo.
Minas está em mim,
anterior ao verso,
paisagem sem cavalo,
halo que me desfaz.
Minas está, enfim,
ao rente do meu dorso,
abismo que resiste,
lâmina do meu susto.
João Carlos Taveira
Do Livro: “A flauta em Construção”