28 de abril de 2015

E agora quem vai nos provocar?




O que é a vida?
Uma locomotiva onde bate o coração.
Se você morresse e pudesse voltar qual animal gostaria de ser?
Cachorro Vira-lata.
Como quer morrer? No hospital com aquele negócio pendurado   no nariz?
Quero morrer vivendo.
O que é a arte?
O risco, o sangue, o rasgo.
Abu!
Jabu!
Caput!
Ravengar dos meus tempos
Você é o rei do “Que rei sou eu”
É a lua na junção do sol
Constelação da ironia fina
Na acidez mordaz
Nesse palco vida onde se expande
em arte.
Me espere em marte. 






26 de abril de 2015

CLÁSSICA

1- A música clássica classifica a noite.
2-Vivaldi vivifica a ternura nas quatro estações.
3-Elevada a melodia dá harmonia e sono.
4- Quatro sons alimentam a noite, a música clássica é nossa diversão.
5- O violino traduz paz que a leveza traz.

6- O maestro  olha o oboé  dar um olé na nota.
7- A batuta da arte é maluca coordenação perfeita da sincronia da música clássica. 

Tela de Tancredo Borges Guimarães (Kedo) 

24 de abril de 2015

A chuva cai
num sorriso ou no choro
estrondo do alívio imediato
limpando a tarde que líquida
é oportunidade de vida.

A chuva sintetiza a vida
como as pessoas que lutam
no seu dia-a-dia
o trabalho de água que somos.

Cristal líquido
lúcido ou não
bipolar na oportunidade
de crescer.

Caminhamos na chuva
que limpa nossa ignorância
nossa vaidade descontente
de cobiça e ganância.

Ela cai sem léxico
ou dicionário
fácil como  a esquizofrenia
máquina de palavras acopladas em palavras
que alimenta a poesia.



22 de abril de 2015

EXERCÍCIO DE LINGUAGEM


                                           Tela de Tancredo Borges Guimarães (Kedo)

1- A língua solta poesia.
2- Língua na língua rima duplo sentido.
3- A língua fala enquanto Falo.
4- Língua no dicionário poema fora do horário.
5- Extra! Extra! Língua Humanitatis quer salvar o planeta.
6- Língua Humo do ser humaniza o desumano.
7- Língua lavrada sílaba palavra.
8- Língua grita para o silente descontente.
9- Língua absolve o sílabo da minha poiesis.
10- Língua música harpa na sistina sutil da verve.

20 de abril de 2015

CHUVOSKI

I

chove caso
num poema
por acaso

II

chove amiúde
noite
esfria miúda

III

chuva de abril
um haikai você viu
e saiu

IV

polida a chuva
é ritmo
de luva

V

noite de frescor
a chuva mansa
leva o calor


19 de abril de 2015

A boca da tarde morde um naco de nuvem
Vento muda pensamento
Os matizes escarlates de ontem
refletem o lado direito do lago.

A água escorrendo água toca o verde
À margem água brutalmente água
Cristais expandem  o corpo na Parábola água.

A chuva anuncia inspiração
Mansidão se une  a calmaria
Brutal pingos caem do céu
Tilintando na rua
Molhando as casas
Escorrendo pelos vidros dos carros.


Brutal os pingos caem
Dando vida ritmo alegria
Brutal os pingos caem
Tirando o calor
Que se esvai.


18 de abril de 2015

Um poema para rasga-lo
Sim apenas
Noite a dentro
Vai e vem de estrelas que passam
Enquanto dorme o inócuo.

Um poema para o amor
Desregulado  pele a pele.
Sofreguidão no espasmo cavalgante
Sutil depois do coice.
 
Um poema como sua voz rouca
Que me dá boa noite
Antes de dormir
Alinhando o sonho no Sono
Merecedor de um tempo de paz.



16 de abril de 2015

Os poemas

Os poemas são todos
criaturas abruptas
Uivantes na lua
em cima do mar
Fazem parte da minha barba branca
Recolhem-se em estrelas galopantes
no fim da noite
Armam-se no barco que sai
a procura da pesca.

A vida sempre a pulsar um verso
onde a lágrima da passagem
dilacera-se da escuridão para a luz
que passei no sorriso.

São formas
Conteúdos
Que inauguram
o átimo
Sangue cortante
Luta incansável
do lobo que uiva
à beira do precipício
que escancara
o fogo.

Navalha que corta palavras
Feito a noite que corta a alma
Em busca de um dia
em que tudo recomece.










7 de abril de 2015

DOIS PONTOS

De Leminski
a Rodrigo de Souza Leão
a poesia é explosão

http://www.germinaliteratura.com.br/cassio_amaral.htm

ARTE POIESIS URRANDO SIGNO

miséria humana seomario
um grito sempre o mesmo grito
esse arrepio que me dá você está aqui
gritando para mim
nas noites onde todos dormem

onde todos dormem de boca aberta
miséria das misérias seomario
o olho no olho
pentagrama que sai da testa
texto sobre texto de lâmina
cortando a carne dos incautos
brinde de superficialidade com frigidez
status quo de eu sou e não sou

miséria dos urros delirantes
das trocas comerciais
da venda da venda de nós mesmos
para aguentar este ditame de quem
é não o é

miséria apenas miséria das felicidades
pautadas em superficialidades mil
o futuro hoje numa gaiola
jaula das jaulas
explodidas com vontade

num poema
vindo de marte

5 de abril de 2015

O LEÃO ME ABRAÇA E URRA


leão do leão
a chuva chora o tempo que passa
tempo esse passado
te roubaram uns dias contados
contos que ferrugem no risco
daquela copacabana louca desvairada
um urro gigante alucina a parada
tua esquizofrenia é minha esquizofrenia
seu cachorro azul me acena de noite
quando surto e golpeio de esquerda
verso só verso em dó
verso vejo duro e rígido
o cão que ladra e morde
o cão que fala e abocanha
provoca e sintetiza sem remorso
dionísio e apolo na forma
dobram a esquina pedem uma
cerveja e a tomam sem pensar em contas a pagar
pagam com alma para ver que amizade
rima com
coragem
sangue pulso clarão gozo
onde o poema é penetrado
pelas palavras absurdas
que nos assaltam no instante
viver é perigoso
viver é rápido
sopro
inspiração
expiração
expiação
boca aberta do buraco negro
eclipse
faísca
marte

2 de abril de 2015

REFLEXO DO ECO DA SANTA MODERNIDADE

A bomba na cabeça
A boca fechada
Estilhaço ao redor
Um pingo no escuro anuncia
O mundo dinossauro prestes
a explodir
Tudo rápido
Tudo antipoético
Tudo no tudo que é superficial
Para alinhar ao nada
que não me convence nunca.