30 de outubro de 2015




Tela de Dali
corpo translúcido de sol
imerso num raio
luz

traduzida no verde
doce que bate
memória olhar o olhar
ter olhos para Dali.

corpo água da água
mata sede da 
vontade
há saudade no verbo
amar.

líquida a tarde
reflete perguntas
o silêncio reina
absurdo.


29 de outubro de 2015


Tela de Xul Solar

XUL SOLAR DANDO O SOL

o corpo pede sol
irradiado de vida
gargalhada no inominável
oportunidade de se 
refazer.
o corpo pede sol
Araxá, Valparaíso, Brasília, 
Araxá, Rio, Sampa, Sul...
índio sempre quer sol.
bater na sua taba
o grito do agora é 
entender o verso que Chacal
mandou na Grapette:
"só o impossível acontece
o possível apenas se repete".


28 de outubro de 2015

CHUVINHADOS
I.
folhas espalhadas na calçada
a chuva chega
em gargalhada.
II.
chuva fina
o natal já vem
na esquina.
III.
flores vermelhas
reverenciam o coqueiro
no ikebana do dia.

25 de outubro de 2015

Tela de Joan Miró


DENTRO DO MEU SONHO BRINCA DADÁ

O corpo pede cuidado no
Sul surrealismo substância peça
Pregada no agora
Onde os atores mudam de cena
Quem escreve sua vida é corajoso
O palco desvenda quem é quem              
Cerzir o vento nas arredias do tempo
Corpo de surrealismo
Nem mesmo Miró ou Dali
Vêem esse sol vermelho que nasce
Para dar oportunidade de quem vai
Ser feliz mesmo que consigo mesmo
A terra é o grão da despedida
Ela nos espera ainda
Enquanto o corpo tenta.


23 de outubro de 2015


Tela de Basquiat

BASQUIAT VEM ABENÇOAR.


Corpo cansado
Não dorme sente
A beleza mente
A pergunta treme
Corpo pede descanso
Alívio nesse tropel de ressaca
Amplia a tela do dia
Basquiat  dá o sol
Na alma. 

22 de outubro de 2015



Tela de Frida Kahlo


FRIDA FLANGE A TARDE


Corpo calo isolo
Transfiro desprezo falácias
Corpo desnudo sofre
Amealhado de imperfeições
Um risco distância aliterações
Corpo este corpo pede....
Calo no calo Frida Kahlo
Me fala mais alto por favor
Além da tempestade um coração bate
Como a esperança cintila na lagoa
Onde passa o tempo
Vida pede solução
O homem faz suas escolhas.




Tela de Van Gogh


corpo basáltico.
branco brancura cura.
libido liberta luz. 
vaticínio dádiva vida.
água da água.
templo sol
van gogh  amarela 
a madrugada
que passa em 
tempestade. 

21 de outubro de 2015

PRERROGATIVAS PARA CHAGALL

 Tela de Marc Chagall


a bottle don't save me.
o peixe nada no verbo.
a faca afiada é semântica.
cabeça fora do prumo é verve.
corpo. corpo. corpo. 
este corpo pede... 
corpo que arremessa o infinito.
e desarranja destino.
o faisão corre pra lá e pra cá.
coração é imprevisão de ser.
bella onde tu está?

20 de outubro de 2015

PEDALANDO NO TEMPO

O menino tinha uma bicicleta.
Ele andava de cueca e montava sua bicicleta vermelha.
Era inquieto na rua, brincava com outros meninos.
Um dia deixou a Rua do Ouro no centro da cidade, onde morava perto de um jardim e ali se divertia com seus  amigos Adriano, Guilherme e Paulinho jogando futebol de manhã. De tarde ia para o colégio Delfim Moreira. Ali fez as primeiras séries. E se apaixonou por Renata, sua primeira paixão. Um dia a beijou e  pensou que isso era felicidade. Isso aos sete anos de idade.
O menino cresceu e além de  gostar de bicicletas começou a jogar futebol. Era bom de bola, tanto no futsal quanto no futebol de campo no Polivalente onde fez da 5ª a 8ª séries. Mais tarde se apaixonou de novo, fez o segundo grau e no Goiás ajudou seu tio a imprimir um jornal. Depois voltou a Minas e novamente à Brasília. Parou de jogar bola, de fazer gols, se aproximou mais da literatura.... Trabalhou na Fininvest filial Brasília. E pedalou pelas ruas de Brasília em sua caloi também. Voltou a Minas de novo. Se enveredou  pela poesia, pela História, Filosofia e Sociologia. Seus versos começaram a ganhar forma, hora forma apagada e discreta, inocente, pueril e romântica. Hora forma já embasada com leitura de poetas  francês, brasileiros, ingleses, japoneses como Bashô. Virou professor porque achou que faria um bem a si mesmo ensinando e aprendendo com o aluno, o estudantes ás vezes o ensinando mais que ele em suas aulas. Em suas andanças  na solidão pediu a Deus pra colocar em sua vida uma pessoa. Uma esposa. Ela apareceu, foi tudo rápido e intenso. Lá e cá, uma junção em todos os sentidos. Até que a vontade acabou... Até que o amor se foi calado , tão desesperado e nem avisou. Até que tudo se passa de um passado que é hoje tanto hoje para hontem... Passou...

Até que o vento de Rimbaud vire a página da gratidão e veja que o maior poema é um ser que me faz rir em sua companhia. Um ser que é fruto do amor. Que é o meu amor. 

18 de outubro de 2015

abaixei o meu fundíbulo
a ira essa ira dos meus antepassados
nas guerras que passamos
no tempo que perpassa  nossa memória

abaixei o meu fundíbulo
e sem fundilho mostro fico a pensar
o navio numa trovoada
essa tempestade é pesadelo

abaixei meu fundíbulo
sem léxico ou dicionário que me entenda
a corrente que me prenda
o coração fundível numa aurora
que tenha sol no recomeço.


17 de outubro de 2015

Corpo terra apenas jardim,
Nenhuma rima me salva,
Riso do sol apenas me dê a mão.
Eu preciso de você sol.
Esse cinza não é minha pátria.
A lua deve estar em marte.
O alinhamento cósmico é rápido.
Sigo sol sigo o sol,
A fotografia é aura de luz
que envolve o peregrino.
Terra , apenas terra é o
que somos.
Corpo luz infinita.
Explosão, portão e guia.

Corpo arremate de sol,
Cingido de horas
Fábrica do passante,
tropel do tempo, tempo esvaído
na terra adubada da curiosidade
Água com água
Líquido esvaindo-se do tempo, esse tempo...
Corpo matriz solar,
cerzido de memória.
Abre a tua luz para ver eflúvio
que alivie tua turma luta e console.
Corpo luto que me tenho,
A epígrafe soletra um distimo:
Interno arrumo os destroços
Feixes de luz renascem no amanhã.

16 de outubro de 2015

quando a gata
sobe no telhado
o gato fica amuado.

15 de outubro de 2015

chuva fina
depois do trovão
calma coração

Mudança de Clima

inverno na primavera
clima muda
e as estações se trocam

7 de outubro de 2015

VALOR
Ainda que eu perca tudo,
Ainda terei o mundo
E meu valor,
E farei o que gosto
E terei a mim mesmo
E irei além
Contemplarei o pôr do sol
E irei além
Olharei mais fundo
Por que a superficialidade anda de mão dadas
com a maldade?
E um sorriso transforma tudo
Porque depois da chuva
O céu ainda é azul.
Cássio Amaral.
Do livro Estrelas Cadentes.
JAR EDIÇÕES 2002
Araxá-MG.

2 de outubro de 2015

Para Adriano Rivas


som sobe eclode no céu
melodia pura transição
espelhos da alma.

O cd Espelhos da Alma de Adriano Rivas me bateu, é um portão pra dimensão dos sentimentos. Uma elevação que transcende o físico e chega no cósmico.