23 de outubro de 2007

Reminiscências...

Foto de Quedo


A casa está aberta
As paredes caídas
Ninguém mora mais ali
A música de Rock and Roll não toca mais
A casa está caída
Suas paredes não foram tombadas pelo patrimônio Histórico
O povo acha que tombar é derrubar
A casa está derrubada
E os canalhas ainda ganham dinheiro com o patrimônio público
O casarão está caído
Eu estou caído
A cidade pertence a poucos
A cidade está comprada
A casa está caída
Apenas sua alma é o ruído dos sentimentos
Que um dia foi vida na miragem do tempo
E que agora a faísca da lembrança vomita de saudade.


7 comentários:

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

É verdadeiro, aquele dito que afirma: "Um dia, a casa cai!"... Vale também para aqueles que se sentem seguros em suas posições de poder, na ilusão de que são inatingíveis... Um dia, a casa cai...

Além disso, às vezes a casa precisa cair, ser demolida, reinventada, para que a vida possa seguir, e ser refeita... Precisamos nos transformar, de preferência, sem muita violência, mas com coragem, sim, e suavidade!

Abraços, Cássio.

Fred Neumann disse...

Caro Cássio,

Me permita constatar uma mudança no mundo globalizado de hoje.
A classe média está acabando, praticamente no mundo todo, menos na Índia.
O mundo está se concentrando em ricos e pobres.
Sabendo disso, cabe a nós tomarmos a postura de ir para um lado ou outro.
Sei que o comentário é bem do lado financeiro da questão, e deve ter todo um lado sentimental por trás desta foto.
Mas como dizem os filósofos, não adianta morrermos de saudades nem ficar prevendo demais o futuro: o que vale é o que vivemos hoje.
Tenho tentado fazer disso um lema.
Óbvio, curtindo o passado, planejando o futuro, mas tudo como parte de viver bem o hoje, sem atrapalhá-lo.
Fugi muito do eixo da questão?

grande abraço,

Fred Neumann

Leila Andrade disse...

Quando a casa cai por dentro, é preciso doer, renovar e aprender.
Beijos, moço.

Eduardo Ribeiro disse...

Grande Cássio, isso me fez lembrar um texto maravilhoso que li há uns dias, mas não me lembro o nome ou autor, é isso, meu irmão continue derramando poesia em cima do mundo para ajudar a alimentar-nos com nossas mentes famintas de sentimentos e belas palavras. Grande Abraço.

Edu.

Anônimo disse...

Pois é Cássio, estão jogando no chão o patrimônio da cidade. Li a pouco tempo uma matéria falando do quanto o Capitalismo necessita criar um produto perecível, para que o capital esteja sempre circulando. Circulando, diga-se de passagem, entre poucos. Foi assim com os tênis, que passaram a durar menos para que seja sempre preciso novas compraras; é assim com as casas, os prédios. A matéria mostrava o quanto a construção tem se modificado, pois a preocupação do sistema não é dar moradia a todos, mas sim que haja sempre material com parazo de validade estipulado para que possa ser reconstruído. Como na febre americana, quando havia um grupo contratado para furar buraco e outro recebendo para tapá-los. O patrimônio não interessa, posto que deve ser conservado, se tornando objeto não renovável; não interessa às finanças, visto que se não estiverem produzindo, fazendo dinheiro, proporcionando a mais-valia não é útil para a um mundo que só compreende as coisas como empresas; só compreende as coisas se elas forem rentáveis.

Poeta Incerto disse...

Grande Cássio, além de você ser meu irmão , você é ídolo. Obrigado pelo bem que você faz pela poesia. Um grande abraço , muita luz e saúde para você. Ricardo Lima de Souza.

Anônimo disse...

sem menosprezar ou ignorar a questão do patrimônio emocional, acredito que é preciso romper com as paredes, especialmente aquelas que estão caídas.
uma casa nos dá saudade, nos traz lembranças que o tempo coloriu. mas é importante viver o agora, renovar-se, reinventar-se com a força e garra que a gente tem.
e tombar as emoções. (hj estou lirica e romântica, sacou? rs...)
beijo cassinho!