27 de janeiro de 2008

DUNAS DE AZEDUME



ciscos assentados ao fundo
taça nas mãos de quem
está sem lábios
de quem nunca
esteve com sede
nunca abriu um gesto
de alegria
nunca teceu um debrum
nunca sentiu os zumbidos
em rondas ao néctar
de quem nunca esteve
com a cortiça
de estancar a sangria
de quem nunca rolou
nas dunas de vaga-lumes

Salomão Souza

Do livro Safra Quebrada

O link do Salomão está aí do lado, ou no:


http://www.safraquebrada.blogspot.com/

2 comentários:

Salomão Sousa disse...

valer,
caríssimo.
depois nós desmontamos mais
desta vida

Walmir disse...

lindo poema. Bela imagem.
Paz e bom humor.