16 de fevereiro de 2008

Tela de William Blake

Afaguei estrelas mergulhadas em nuvens displicentes
O I CHING me reza direito que tenho de orar sempre meia noite
Incenso cósmico sobe tudo vagando em espirais que diz o imprevisto
Medito “Cabeças depois de serem cortadas ainda mexem e mordem a terra” Descartes lentes que catam cheiros, sabores ditam Discurso do Método. Maiêutica que pratico
na sala de aula diga todos dizem a situação Verdade não existe. Os óculos de Lennon no CCBB inundaram de lágrimas meu olhos de linces palito os dentes em Nietzche161 Os poetas não têm pudor com suas aventuras – eles as exploram eu eremito, só sozinho tiro a roupa apago a luz fumaça de incenso desfacelando segundos mortais a lua insana me lava granito de ponta de umbral 163 “O amor revela qualidades secretas daquele que ama- o que ele possui de raro, de expecional. É por isso que o amante engana facilmente naquilo que nele é regra. Correntes ensangüentam Dali num quadro que suspiro. Mastiguei o tempo e vou ficando mais novo,multiplico formas entre saber de milagres e discos voadores que vejo. Só sozinho sigo Zaratustra canta pra mim, con-verso com ele ele me diz que a caverna é momento de time para o pulo do gato. Faço figa, vejo o inominável e Além do Bem e do Mal distraio a música que bebo na safra quebrada do meu ser.

Cássio Amaral.

16/02/2008

23:01


Um comentário:

o refúgio disse...

Bela tela de Blake. Cara, teve uma época que eu consultava tanto o I CHING. E com varetas, viu?
Poemaço!

Beijos.