Da
(Cássio Amaral)
I
Vim pelo caminho difícil,
a linha que nunca termina,
a linha bate na pedra
a palavra quebra uma esquina,
mínima linha vazia,
a linha, uma vida inteira,
palavra, palavra minha.
II
era uma vez
o sol nascente
me fecha os olhos
até eu virar japonês
TATAMI-O OU DEITE-O
de colchão em colchão
chego à conclusão
meu lar é no chão
I
pôr-de-sol pingo de sangue
a flor cheiro de mel na água cor de leite
acorda o peixe
sonho de fósforo
II
completa a obra
o vento sopra
e o tempo sobra
PAULO LEMINSKI
Um comentário:
legal. esta sua cultura japonesa, acho que é isso, te faz ser assim, poeta, falante de coisas diferentes, e que mechem com a nossa sensibilidade. gosto muito de ti. imagine, nos dois conversando??? eu falando um monte de abobrinhas para vc e vc falando um monte de coisas estranhas para mim. seria legal. desculpe minha ignorancia, mas qria ser como vc, cheia de sabedorias.
gostei do sol cegando e fazendo virar japones rsrs.
bom fim de semana. bjosss...
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