21 de março de 2009

CONFESSIONÁRIO


Um tiro no sol, um brincar de inesperado

Ar ar ar...

O gás de Torquato Neto.

O judo de Leminski.

A alegria de Waly Salomão.

A solidão de Drummond.

E agora josé que está sem mulher?

Quer fugir para Minas

Mas Minas não há mais.


Minas minha terra, meu pão de queijo,meu café, minha alma.

Minas meu jardim, meu porre, Minas de Murilo Mendes.

Os sutras feitos com Bashô, Kobayashi e Saygio.

O albatroz de Charles Baudelaire que me visita algumas noites quando dá meia noite.

Um assovio de Verlaine.

O tráfico de Rimbaud.


O olhar de Paul Valery.


E a morte de Henriqueta Lisboa.


Sim a vida é demais para os poetas,

sobretudo para os melhores.


Sim é sei que é.


Quem escreverá minha biografia, vão dizer que fui?

Um buscador , um místico, um louco, um zen, um lunático,

um boêmio, um religioso, um puto.

Vão escrever coisas cabulosas como dos poetas acima citados?

Até que me apaixonei por uma puta uma vez, que fui expulso do puteiro porque tive ciúme dela.

Ou que ministrava johrei e caminhava léguas e quadras para

assistir pessoas doentes, para ministrar johrei para elas.

O que escreveram depois... Sim a morte é um respirar

já que a vida também é matar-se a todo segundo.

O que dirão? Que fui a eventos de poesia, que viagem

na VIAGEM? Que me apaixonei anyvezes por mulheres

lindas, inteligentes, umas estúpidas.

Que não tive esposa, que fiquei solteiro e pra titio.

Que algumas mulheres me amaram e amei algumas

Que a distância é o complicado já que complicada é ela

O que dirão depois, nada?

Apenas que morri?

O que falarão?

Que fiz história numa cidade pequena, careta e covarde.

Ou que fiz história na história da sala, os alunos passam

vão embora para as universidades, nós ficamos.

A vida imita a arte ou a arte imita a vida?

A música é a maior arte pra mim,mas não musiquei, não toquei,

escrevi umas quatro ou cinco letras. Minha parceria com

Tarcisio. Meu querer bem às pessoas.

Os abutres que me detonaram quando eu andava na corda

bamba da ignorância humana.

O que dirão, tem alguém habilitado para tal?

O que dirão? Se diz algo de um estuprador de palavras?

O texto tem erro e daí, qual é a sua? Crítico.

Leia o poema de Maiakowski para os Críticos.

Dirão coisas e coisas e coisas.

Mas conhecer e estar além daquilo que se diz.

Minha lenda tem uma trajetória além do que

a sombra pisca.


E sobretudo o que disserem sou um menino

inocente.

Ainda acendo estrelas na alma.


4 comentários:

Paola Vannucci disse...

Poesia nua crua
que derrama
esbarra
sem perceber
fala do calor
tenebrosa solidão
torrente ilusão
pesia
caramba
personagens
pessoas fiéis
gente de cultura
poesia que sente e
narra sua cara
seus jeitos
dejeitos
sua face
oculta
em prantos
amarga
triste
mas
poesia sempre
poesia.....

Paola
vannucci

Anônimo disse...

achei muito legal, acho e espero que vc falava de vc e de sua vida.
bjosss...

BAR DO BARDO disse...

bom saber das estrelas acesas

Neuzza Pinheiro disse...

aqui
uma estrela bálsamo
ali
uma estrela diva
sempre no seu encalço
a lamber cada ferida