12 de agosto de 2011

Embrião

Barriga rígida, espaço preenchido. Não há lugar para mais nada.
Sinto-me agressiva na espera. A voz que tanto importuna desaparecerá. Feto pronto, humano desenhado com meus anseios. sei que me amarás. Lá fora nada importa, não fede, não cheira.
 O tempo congela e inexiste.
O joelho aos poucos cicatriza, joguei fora os espinhos só restaram os gravetos.
O quarto está avisado para não lhe assustar.
Dos dias presa ao berço, a música de seu choro alimentará meu zelo.
Cobertor de lã e chá. Mavioso seu toque o corpo acolhe sem gretas.
 Leito de solo quente embebido no vinho.
Ver seu contorno de luz e colher espaços.
 Voz rouca, força esgotada tingido de vermelho completa infanta.
Direi seu nome apenas aos anjos de Deus e ao seu filho amado: que importa? Ficará sem nome.
Para mim você é verbo. Filho do verbo.

Maeles Geisler

O blog da Maeles está linkado aí ao lado direito.

Um comentário:

Isaias de Faria disse...

massa o poema da maeles. verbo...