28 de julho de 2014

Levitar



Meus dedos são viajantes rotineiros
percorrem toda a vastidão de seu corpo.
Conhecem todo o seu relevo
naufragam e submergem silenciosamente
no pântano quente que me consome.
Letárgico
de olhar levemente cerrado
lábios entreabertos
me entrego às suas vontades.
Palavras ditas na hora certa
sussurros febrís oportunos
soam como um enaltecimento.
O êxtase maior se completa
ciclicamente.
E o vento sopra suavemente os nossos corpos.
E a sensação de prazer se eleva
assumindo forma diferente no cérebro.
Flutuo
inconsciente.
Desperto enfim
revigorado.
Rejuvenescido.


Adriano Amaral. 

Foto: Cássio Amaral. 


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